Se o PSD não levou um único membro da direção nacional ao Congresso do Partido Popular Europeu, o CDS fez-se representar ao mais alto nível em Malta. Assunção Cristas chegou esta quarta-feira ao final da tarde a La Valeta, acompanhada do líder parlamentar Nuno Magalhães, e tinha à sua espera o primeiro vice-presidente do partido, Nuno Melo. Ao contrário do que defenderam os dirigentes do PPE durante o dia, Assunção Cristas pede que as negociações com o Reino Unido para o Brexit não tenham uma “dimensão punitiva“.
Em declarações ao Observador e à Renascença, Assunção Cristas antecipa que o que o CDS vai “defender junto das altas instâncias e também junto do Partido Popular Europeu, que seja uma negociação positiva para a União Europeia.” No caso de Portugal, Cristas considera que o país tem de “continuar a preservar, quer através da UE, quer bilateralmente” uma relação de “dimensão atlântica” com o Reino Unido.
Cristas acredita que Portugal deve disponibilizar-se para ajudar nas negociações do Brexit já que tem “pergaminhos no que diz respeito à construção de pontes e de soluções boas e moderadas.” A democrata-cristã destaca que Portugal, como não tem “o ressentimento da Europa Continental” pode “ser um elemento para alcançar um bom acordo”, puxando dos galões da velha aliança que tem com o Reino Unido.
A líder do CDS pede assim “uma negociação que olhe para os interesses de ambos os lados”. “E os interesses da União Europeia também passam por ter uma boa relação com o Reino Unido.” Sobre os que defendem que seja uma negociação dura, a líder do CDS pede que não se confunda “uma opinião mais pessoal ou institucional que gostaria de manter a unidade da UE a 28 com a salvaguarda dos interesses.”
Assunção Cristas estará esta quinta-feira presente no Congresso, num dia onde vão discursar líderes europeus como Mariano Rajoy, Jean-Claude Juncker ou Angela Merkel.