As raízes de Ieoh Ming Pei, um dos arquitetos mais reconhecidos do mundo e que celebra cem anos esta quarta-feira, remontam à dinastia Ming, quando a sua família saiu da província de Anhui para se fixar em Suzhou. A 26 de abril de 1917, no berço de uma família que fez fortuna a vender ervas medicinais, Ieoh Ming Pei nascia em véspera da mudança da família para Hong Kong. Passou a infância ao lado da mãe, uma flautista budista e amante das artes. O pai, veio a contar na sua biografia autorizada, “não entendia as formas de arte” e era um homem mais ligado aos números.
Mais tarde, já em Shangai, Ieoh Ming Pei tomou contacto com a cultura ocidental através dos filmes de Charlie Chaplin e os romances de Charles Dickens. Tornava-se assim num jovem de raízes chinesas, mas com uma paixão pela modernidade do Ocidente.
Quando a mãe morreu, vítima de cancro, Ieoh Ming Pei mudou-se para os Estados Unidos para viver com a parte da família que tinha emigrado. Tinha 13 anos. O pai tinha “uma vida separada” do filho “depois da morte” da mulher. Quando acabou o ensino secundário entrou na Universidade de Pensilvânia, o primeiro passo de uma longa caminhada académica que passou pela aclamada Escola de Design de Harvard e pelo MIT, uma fase que pouco lhe agradou mas que veio a considerar “essencial” para o arquiteto em que se tornou.
Com uma carreira profissional em crescendo, Ieoh Ming Pei ficou na boca do mundo em 1983 quando ficou responsável pela Pirâmide do Museu do Louvre, em Paris. E não pelos melhores motivos: quando foi inaugurada, a pirâmide não agradou ao público nem a parte da comunidade especializada em arquitetura. O apontamento modernista num edifício típico do Renascimento não reuniu aplausos, mas rapidamente se tornou num dos monumentos mais reconhecidos do mundo.
Nada o parou. Desde arranha-céus a museus, mesmo agora com cem anos, Ieoh Ming Pei continua no ativo. Uma das suas obras mais recentes é o Museu da Arte Islâmica no Qatar, o primeiro museu de design que o arquiteto abriu no Médio Oriente.
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