Pelo menos 155 civis foram presos na Venezuela por ordem de tribunais militares desde o início da onda de protestos antigovernamentais, em 1 de abril, denunciou na sexta-feira a organização Fórum Penal Venezuelano.
Segundo a organização não-governamental, de defesa dos direitos humanos, 260 pessoas foram julgadas por tribunais militares, um ato que viola a Constituição que prevê que apenas soldados devem ser presentes a este tipo de instância.
Do total, 155 ficaram privados de liberdade, ao serem enviados para a prisão.
“Só no [estado de] Carabobo (norte do país), 23 pessoas foram esta sexta-feira presentes a tribunais militares. O número vai aumentar”, declarou Luis Betancourt, advogado da organização não-governamental, à agência noticiosa francesa AFP.
A vaga de manifestações contra o governo do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, intensificou-se desde o início de abril, resvalando, por diversas vezes, em violentos confrontos, que fizeram pelo menos 38 mortos, e centenas de feridos e detidos, segundo dados oficiais.
O julgamento de civis por parte de militares é uma “prática das ditaduras”, comentou o secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, um dos mais críticos no panorama internacional da situação que vive a Venezuela, a qual tem desencadeado também preocupação das Nações Unidas ou União Europeia.