A Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, disse esta quarta-feira que estão a ser desenvolvidos todos os esforços para concretizar algumas medidas de prevenção no âmbito do jogo ilegal conhecido por ‘Baleia Azul’.
“Os problemas são muito complexos. Está-se a trabalhar com todo o empenho, rigor e profundidade para encararmos, lutarmos e combatermos este fenómeno [Baleia Azul]”, afirmou Joana Marques Vidal, referindo-se a um fenómeno de um jogo na Internet destinado sobretudo a jovens e que promove a mutilação e pode levar ao suicídio dos participantes.
A Procuradora-Geral da República falava aos jornalistas, em Castelo Branco, à margem do seminário Internacional Sobre Violência Doméstica, organizado pelo Comando Territorial da GNR. A magistrada realçou que “há um grande empenho e uma grande preocupação relativamente à análise conjunta da investigação criminal que, atualmente, está concentrada no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP)”.
O MP, numa estreita colaboração com a Policia Judiciária (PJ), que é a entidade que vai investigar estes processos e com outras entidades que tem responsabilidade na área da cibersegurança, está a desenvolver todos os esforços para realmente se apurar alguma matéria e para se conseguir ajudar à concretização de algumas medidas de prevenção, embora isso seja da área e das competências de muitas outras instituiçãos para além do MP”, concluiu.
O esquema da ‘Baleia Azul’ terá começado numa rede social da Rússia, e suspeita-se que esteja relacionado com mais de uma centena de suicídios entre jovens locais, bem como com vários casos semelhantes no Brasil. O Ministério Público já confirmou que tem em curso três inquéritos, nas comarcas de Setúbal, Portalegre e Faro, relacionados com o jogo na internet ‘Baleia Azul’.
Para que não abandonem o jogo, os administradores/curadores do “Baleia Azul” ameaçam as vítimas, dizendo inclusivamente que têm em sua posse o local de residência e informações acerca dos familiares dos jogadores, advertiu a polícia.
Na perspetiva de ajuda, a PSP apela aos colegas da escola que suspeitarem de algum comportamento anómalo para alertarem os diretores de turma, professores e/ou os psicólogos escolares, devendo igualmente ser procurada “ajuda psicológica em quadros psicopatológicos com acompanhamento clínico”.
A PSP lembra que a adesão ao jogo faz-se inicialmente através de conversações nas redes sociais, onde o mesmo é apresentado e proposto por amigos. Entretanto, o Ministério Público tem em curso três inquéritos, nas comarcas de Setúbal, Portalegre e Faro, relacionados com o jogo na Internet “Baleia Azul”, que estimula a automutilação e o suicídio.
Em Portugal, um adolescente de Sines foi recentemente transportado para o Hospital de Setúbal por cortes num braço, que fontes dos bombeiros e da GNR relacionam com o “Baleia Azul”. O jovem de 15 anos foi levado para o hospital de Setúbal depois de ter “desenhado” uma baleia num braço com um objeto cortante, uma das tarefas do jogo, disse à Lusa fonte dos bombeiros. O caso de Sines foi comunicado ao Tribunal de Família e de Menores e ao procurador de Família e de Menores de Santiago do Cacém.
Uma adolescente deu entrada no Hospital de São João, Porto, com “sinais de automutilação” e a Polícia Judiciária está a investigar o caso suspeito de estar relacionado com o jogo “Baleia Azul”. Outro situação noticiada foi a de uma jovem de 18 anos que foi assistida pelos bombeiros de Albufeira, Algarve, na semana passada, num caso alegadamente relacionado com o jogo ‘Baleia Azul’.
Em Portalegre, não são conhecidos pormenores do caso, que está a ser investigado pelo Ministério Público. O Comando Metropolitano de Lisboa da PSP lançou no início de maio uma campanha, que inclui a distribuição de cartazes, para alertar as crianças, os jovens e os pais para os perigos do jogo “Baleia Azul”, que pode culminar em suicídio.