A exposição dedicada a Almada Negreiros, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, vai ter horários alargados, na quinta-feira, sábado e domingo, com abertura até à meia-noite durante o fim de semana, anunciou a instituição esta segunda-feira.
De acordo com a Fundação Calouste Gulbenkian, a exposição “José de Almada Negreiros. Uma maneira de ser moderno” pode ser visitada na quinta-feira, 1 de junho, das 10h00 às 21h00 e, no sábado e no domingo, das 10h00 à meia-noite. Esta segunda-feira, quarta e sexta-feira, o acesso decorre durante o horário normal da Gulbenkian, das 10h00 às 18h00.
Os horários de abertura da exposição são “ampliados para responder ao fluxo que naturalmente se prevê mais intenso”, nos últimos dias da exposição, que encerra a 5 de junho, segundo o comunicado divulgado esta segunda-feira.
No sábado, também haverá a leitura de textos de Almada Negreiros, pelos atores Luís Lucas e Nuno Moura, a partir das 18h00, seguindo-se um recital da pianista Joana Gama, com obras de Erik Satie, às 19h00 e às 22h00.
Aberta ao público desde 3 de fevereiro, nas galerias de exposições temporárias da Fundação Calouste Gulbenkian, “José de Almada Negreiros. Uma maneira de ser moderno” ultrapassou os 100 mil visitantes no fim de semana de 13 e 14 de maio, como a fundação disse então à agência Lusa.
A mostra reúne perto de quatro centenas de obras, muitas delas inéditas, e acontece cerca de um quarto de século depois da última retrospetiva dedicada ao artista do modernismo português. A curadoria é da historiadora de arte e investigadora Mariana Pinto dos Santos, com Ana Vasconcelos, conservadora do Museu Calouste Gulbenkian, e tem sido acompanhada de um programa educativo e cultural que se alarga a outras instituições, como a Cinemateca Portuguesa, que acolheu o ciclo “Almada, da Dança das Formas à Imaginação”.
No âmbito deste ciclo, serão exibidos, na terça-feira, a partir das 19h00, seis vidros originais para ‘lanterna mágica’, da autoria de Almada Negreiros, descobertos este ano, após a inauguração da mostra.
Almada Negreiros (1893-1970) deixou uma vasta obra de pintura, desenho, teatro, dança, romance, contos, conferências, ensaios, livros manuscritos ilustrados, poesia, narrativa gráfica, pintura mural e artes gráficas, cuja produção se estendeu ao longo de mais de meio século.
Organizada em oito núcleos temáticos, esta exposição põe em relevo as pesquisas matemáticas e geométricas de Almada em pintura, as obras em espaço público, na cidade de Lisboa, o caráter de narrativa gráfica que se encontra em vários dos seus trabalhos, o diálogo com o cinema e a importância do autorretrato na sua obra, entre muitos outros aspetos do seu percurso.
Na galeria principal da fundação, a pintura e o desenho do autor do romance “Nome de guerra” cruzam-se com trabalhos feitos em colaboração com arquitetos, escritores, editores, músicos, cenógrafos ou encenadores.
Na sala do piso inferior do edifício principal da Gulbenkian, acrescenta a fundação, será destacada a presença do cinema e da narrativa gráfica, a que se juntam obras e estudos inéditos daquele que assinou “O manifesto anti-Dantas e por extenso”.