O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, supervisionou o lançamento de um novo míssil balístico na segunda-feira e ordenou o desenvolvimento de armas mais poderosas, avança a agência oficial do regime, KCNA. No rescaldo desta operação – e em resposta aos treinos militares de Washington – o líder norte-coreano mostra-se convicto em “enviar uma prenda ainda maior” aos Estados Unidos.

Coreia do Norte lança míssil para águas controladas pelo Japão

O míssil lançado esta segunda-feira é equipado com uma sequência pré-lançamento automática quando comparado com versões anteriores dos mísseis Hwasong (o nome norte-coreano para os mísseis de classe Scud), noticia a KCNA. Estas informações avançadas pela agência noticiosa de Pyongyang vão ao encontro do relatório do exército da Coreia do Sul, que já tinha confirmado que se tratava de um míssil Scud modificado.

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O que são Scud

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Os Scud são mísseis balísticos de curto alcance com relativa mobilidade. São de origem soviética. Derivam do foguete V-2, desenvolvido pela Alemanha nazi nos tempos da 2.ª Guerra Mundial. Os mísseis balísticos seguem uma trajetória premeditada, sendo que quando o combustível acaba, seguem as leis da física. Um Scud pesa entre 4 e 7 toneladas e tem 11,25 metros de comprimento com cerca de 700 quilómetros de alcance.

Ele expressou a convicção de que [o desenvolvimento de novas armas] seriaum grande passo em frente neste espírito de enviar uma prenda ainda maior aos Yankees.”

A Coreia do Sul confirma que conduziu treinos conjuntos com um bombardeiro norte-americano na segunda-feira, momentos depois do canal do regime de Pyongyang acusar os Estados Unidos de ensaiar um ataque nuclear na península coreana. Por sua vez, a Marinha norte-americana confirma que a frota liderada pelo porta-aviões USS Carl Vinson planeou um exercício com o USS Ronald Reagan (que tem capacidade nuclear) ao largo da costa da península coreana. A Coreia do Norte chama a estes exercícios “uma preparação para guerra”.

O teste realizado esta segunda-feira foi o mais recente numa série de exercícios militares e ensaios nucleares levados a cabo pelo regime de Pyongyang e surge em resposta às sanções económicas que estrangulam a economia do país. As tensões políticas com os Estados Unidos (e o resto do mundo) não ajudam a desacelerar o ritmo de trabalhos das forças armadas norte-coreanas.

Representam também um desafio de segurança interna para o presidente norte-americano, Donald Trump, que já fez saber que os testes são uma afronta ao governo chinês.