No email que enviou aos empregados, Travis Kalanick afirma que vai tirar uma licença da presidência-executiva da Uber por tempo indeterminado. O memorando interno, que está a ser citado por vários órgãos de comunicação social norte-americanos, refere razões pessoais para o afastamento do CEO e fundador da Uber, mas também a necessidade de refletir sobre o rumo que a empresa deve levar.

Travis Kalanick perdeu a mãe num acidente e essa é uma das causas que o levou à saída: “Perder alguém que me é tão querido de forma trágica tem sido muito difícil para mim e preciso de fazer o meu luto como deve ser”, escreveu Travis, adiantando que “é difícil colocar uma data limite” nesta licença: “Pode ser mais curta ou mais longa do que esperamos”.

Assédio e cultura de obsessão. O que se passa nos escritórios da Uber, Kalanick?

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Mas não são apenas as razões pessoais que Travis Kalanick refere para a sua “ausência por tempo indeterminado”. A Uber tem estado a passar por um período conturbado, tendo sido alvo de muitas críticas relativas às condições de trabalho na empresa, acusada de ser sexista.

Também por isso, no email enviado aos funcionários, Travis Kalanick tenha afirmado que este tempo servirá também para refletir sobre a equipa da Uber e sobre a forma como poderão construir “uma equipa de liderança de classe mundial”. Em relação às críticas e às polémicas que se têm intensificado, Travis Kalanick afirma, citado pelo NY Times: “Carrego nos meus ombros a responsabilidade última pelo caminho que fizemos para chegar aqui e pela forma como fizemos esse caminho”.

Em março deste ano, na sequência das polémicas sobre uma cultura empresarial de assédio e sexista dentro da Uber, Jeff Jones, o número dois da empresa, demitiu-se. Ainda segundo o NY Times, nos últimos meses a Uber despediu vinte funcionários acusados de violar as regras da empresa, alguns deles acusados de assédio sexual, e esta semana Travis Kalanick perdeu um dos seus braços direitos, Emil Michael, um funcionário de topo da empresa.

Número 2 da Uber demite-se na sequência das polémicas sobre sexismo e assédio