O jornal El Español divulgou durante a madrugada de domingo uma lista completa do material bélico roubado dos paióis de Tancos. O Exército Português tinha optado por não divulgar a lista para não prejudicar a investigação mas o jornal espanhol teve acesso à informação e publicou não só o tipo de equipamento roubado mas também as quantidades.
Eis a lista completa:
- 1450 cartuchos de 9 mm;
- 22 Bobinas de fio para ativação por tração;
- 1 Disparador de descompressão;
- 24 Disparadores de tração lateral multidimensional inerte;
- 6 Granadas de mão de gás lacrimogéneo CS / MOD M7;
- 10 Granadas de mão de gás lacrimogéneo CM Anti-motim M / 968;
- 2 Granadas de mão de gás lacrimogéneo Triplex CS;
- 90 Granadas de mão ofensivas M321;
- 30 Granadas de mão ofensivas M962;
- 30 Granadas de mão ofensivas M321;
- 44 Granadas foguete antitanque carro 66 mm com espoleta M4112A1 com lançamento M72A3 –M/986 LAW;
- 264 Unidades de explosivo plástico PE4A;
- 30 CCD10 (Carga de corte);
- 57 CCD20 (Carga de corte);
- 15 CCD30 (Carga de corte);
- 60 Iniciadores IKS;
- 30,5 Lâminas KSL (Lâmina explosiva)
Contactado pela agência Lusa, o Exército escusou-se a comentar a notícia do jornal espanhol.
O Exército anunciou na quinta-feira que foi detetada na quarta-feira, ao final do dia, a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois ‘paiolins’, tendo desaparecido granadas de mão ofensivas e munições de calibre nove milímetros.
Na sexta-feira, o Exército acrescentou que entre o material de guerra roubado na quarta-feira dos Paióis Nacionais de Tancos estão “granadas foguete anticarro”, granadas de gás lacrimogéneo e explosivos, mas não divulgou quantidades.
Em declarações à SIC, o chefe do Estado-Maior do Exército, reconheceu que quem roubou o material de guerra do quartel de Tancos tinha “conhecimento do conteúdo dos paióis” e admitiu a possibilidade de fuga de informação.
No sábado, o Exército anunciou que foram reforçadas as medidas de segurança nos Paióis Nacionais de Tancos e determinadas inspeções a estes paióis e aos de Santa Margarida.
Cinco comandantes demitidos na sequência do roubo de armas em Tancos
Em comunicado, o Exército referiu ainda que serão instaurados vários processos de averiguações e instaurado o sistema de vigilância eletrónica ainda em 2017.
Estas medidas acrescem às exonerações anunciadas pelo chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), Rovisco Duarte, de cinco comandantes de unidades do ramo para não interferirem com os processos de averiguações sobre o furto de material de guerra em Tancos.
O general reiterou que “pessoalmente” admite a possibilidade de ter havido fuga de informação face às “evidências” conhecidas, frisando que foram escolhidos dois paióis específicos em 20 e não eram os que estavam mais próximos da entrada.
Além da investigação conduzida pela Polícia Judiciária Militar e pela Polícia Judiciária, vai decorrer um inquérito no Exército para apuramento de eventuais responsabilidades, disse.