Os oficiais do Exército desconvocaram o protesto que tinham marcado para esta quarta-feira às 11h30 em Belém, avança a SIC Notícias. Os oficiais foram convocados depor as suas espadas à porta da Presidência da República, em sinal de protesto pela demissão de cinco comandantes na sequência do roubo em Tancos.
A convocatória para o protesto foi feita através de um grupo do Facebook de oficiais do Exército. Dado o reduzido número de adesões, os oficiais viram-se obrigados a desconvocar a manifestação devido ao risco de poderem vir a ser identificados e, por consequência, afastados do Exército.
Roubo em Tancos. Oficiais vão depor espadas em Belém em protesto
O protesto tinha como objetivo pedir a a exoneração do General Rovisco Duarte e do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Pina Monteiro. Na convocatória enviada por email na passada segunda-feira, os oficiais do Exército clarificaram que a intenção do protesto era “demonstrar a indignação, através da entrega da espada, símbolo do comando de oficiais, pela exoneração e humilhação pública, familiar, social a que foram sujeitos os nossos camaradas”.
Nesse mesmo email tinha sido pedido aos manifestantes que estivessem fardados, com o “uniforme nº1, sem condecorações, só com os crachás de especialidade”. A manifestação iria começar em frente ao Monumento aos Mortos, em Belém, e seguiria até ao Palácio de Belém em marcha silenciosa, onde os oficiais iriam depositar as suas espadas em frente à residência de Marcelo Rebelo de Sousa.
O Comandante da Unidade de Apoio da Brigada de Reação Rápida, o Comandante do Regimento de Infantaria 15, o Comandante do Regimento de Paraquedistas, o Comandante do Regimento de Engenharia 1 e o Comandante da Unidade de Apoios Geral do Material do Exército foram demitidos pelo chefe do Estado-Maior do Exército, o General Rovisco Duarte, “por uma questão de clareza e para não interferirem com o processo de averiguações”.
Cinco comandantes demitidos na sequência do roubo de armas em Tancos
António Costa Mota, presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas, anunciou na passada segunda-feira que a associação não se iria juntar ao protesto, jutificando-se com o facto da demissão dos cinco comandantes ser “uma questão interna do Exército” sobre a qual a associação não se queria manifestar.