O futebolista português Cristiano Ronaldo presta declarações na segunda-feira num tribunal de Madrid, por suspeitas de ter defraudado o fisco espanhol em 14,7 milhões de euros entre 2011 e 2014.
O internacional português do Real Madrid vai ser ouvido à porta fechada a partir das 11:30 locais (10:30 em Lisboa) pela juíza Mónica Gomez, do tribunal de primeira instância de Pozuelo de Alarcón, nos arredores da capital espanhola.
Segundo fonte do Tribunal Superior de Justiça de Madrid, a declaração de Cristiano Ronaldo é feita ainda em fase de instrução do processo, “em qualidade de suspeito”, e na sequência das diligências abertas depois de o Ministério Público espanhol ter denunciado vários delitos cometidos pelo jogador entre 2011 e 2014.
De acordo com a mesma fonte, na sexta-feira já tinham contactado os serviços de imprensa do Tribunal Superior “cerca de 125 jornalistas de mais de trinta meios de comunicação de uma dezena de países” para fazer a cobertura do evento no exterior do tribunal de Pozuelo de Alarcón.
Só depois da audição de segunda-feira é que o Ministério Público decidirá se avança com a acusação e qual a pena que irá pedir.
Num comunicado à imprensa em 13 de junho, o Sindicato de Técnicos do Ministério da Fazenda (Gestha) advertiu que o internacional português “poderia ser preso devido a quatro delitos fiscais” e sublinhou que “o Ministério Público apresentou a denúncia antes de 30 de junho”, para evitar que prescreva o delito fiscal quanto ao imposto sobre não residentes de 2011.
Cristiano Ronaldo é acusado de ter, de forma “consciente”, criado uma sociedade para defraudar o fisco espanhol em 14.768.897 euros, cometendo quatro delitos contra os cofres do Estado espanhol, entre 2011 e 2014.
Em causa estão valores de 1,39 milhões em 2011, mais 1,66 milhões em 2012, a que se juntam 3,2 milhões em 2013 e 8,5 milhões em 2014.
Na base da acusação estão os direitos de imagem do jogador português, ao serviço do Real Madrid desde 2009, e que, desde 01 de janeiro de 2010, é considerado residente fiscal em Espanha.