A Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP) vai protestar esta sexta-feira junto à sede do Novo Banco, resultante da resolução do BES, reivindicando em Lisboa uma proposta para todos os que perderam dinheiro, mesmo após acordo para parte dos associados.
Segundo disse recentemente à Lusa a vice-presidente da AMELP, Helena Batista, há “dois produtos que ainda não têm solução”: clientes que investiram mais de 140 milhões de euros nos produtos EG Premium e Euro Aforro 10.
A associação que representa os emigrantes lesados do Banco Espírito Santo (BES) revelou na quarta-feira um entendimento com o Novo Banco e o Governo do PS, que passa pela recuperação de 75% do dinheiro investido dos produtos Euro Aforro 8, Poupança Plus 1, Poupança Plus 5, Poupança Plus 6, Top Renda 4, Top Renda 5, Top Renda 6 e Top Renda 7.
Contudo, os clientes dos produtos Euro Aforro 10 e EG Premium ainda esperam uma solução que estará a ser trabalhada. As pessoas que aceitarem estas propostas terão de desistir das ações judiciais contra o Novo Banco e seus trabalhadores.
Inicialmente estava previsto o protesto ser também em São Bento, em frente à residência oficial do primeiro-ministro, mas os responsáveis cingiram-no ao edifício do Novo Banco, na avenida da Liberdade, considerando que o executivo de António Costa tem estado empenhado.
Após a resolução do BES, em 3 de agosto de 2014, cerca de 8.000 emigrantes de França e Suíça (o equivalente a 12 mil contas, uma vez que há clientes que têm mais do que uma conta) vieram reclamar mais de 720 milhões de euros, acusando o banco de lhes ter vendido produtos arriscados (ações de sociedades veículo), quando lhes tinha dito que se tratavam de depósitos a prazo para não residentes.
A responsabilidade sobre estes produtos ficou no Novo Banco – o banco de transição então criado -, que fez, em 2015, aos emigrantes (dos produtos Poupança Plus, Euro Aforro e Top Renda) uma proposta comercial com aceitação de cerca 80% do total. Aqueles clientes detinham em conjunto 500 milhões de euros.
No entanto, houve 1.440 clientes que não aceitaram a solução, por considerarem que não se adequava ao seu perfil e não era justa, sobretudo por incorporar obrigações do Novo Banco com vencimento apenas daqui a 30 anos e sem cupão anual. O protesto tem início marcado para as 11h30.