“Parecia o fim do mundo“. É assim que foi descrito o momento que se seguiu à queda da árvore, por uma vendedora que se encontrava no local. Natural do Monte, onde aconteceu a tragédia que provocou a morte de 13 pessoas, a vendedora estava numa barraquinha a vender os seus produtos. Quando ouviu o estrondo, saiu à procura dos familiares.

Quando fui à procura da minha filha e da minha neta, ia a correr e ouvi pessoas a gritar. Vejo uma mãe com um filho nos braços com a cabeça esmagada, um bebé de dois anos e tal. Foi horrível. Não consigo explicar”, disse a mulher em declarações à TVI.

Esta vendedora é uma das centenas de pessoas que estavam no largo no Largo da Fonte, na freguesia do Monte, na Madeira, à espera que a procissão começasse, no momento em que o carvalho caiu. Uma delas, uma mulher em declarações à SIC, relatou a velocidade com que a árvore caiu, “que não deu tempo a quem lá estava”. Viu muita gente a fugir e a gritar. “Vi um bebé passar no colo de um rapaz, com a cabecinha cheia de sangue e raspada”, descreve ainda.

No local, estavam muitos vendedores que viram a tragédia do interior das suas barracas, onde as pessoas iam comprar as velas para depois seguirem para a procissão. Um deles estava a ouvir a missa pela rádio, quando viu “galhos a bater uns nos outros” até ao momento em que “a árvore se parte em duas”, descreveu à SIC. O vendedor disse que ainda pediu às pessoas que corriam em frente à sua barraca para terem calma para não se atropelarem.

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Décio era outro dos comerciantes. Vendia velas quando ouviu um som que descreve como “diferente”. Foi então que viu a árvore a cair. Estava “amarrada, com um cabo de aço, a outra, a servir de suporte”, descreveu à TVI, revoltado por “não terem feito nada para evitar isto”.

Não tivemos sequer tempo para reagir. Não tivemos tempo de fugir. Quando a árvore caiu, vimos algumas pessoas, entre os galhos, de pé, outras completamente esmagadas e sangue por todo lado”, relata Décio.

Outro comerciante, que já vende velas hà 13 anos, no Largo da Fonte, recorda outro momento de tragédia que viveu, enquanto vendedor: “No ano passado foram os incêndios mas sabíamos que vinham. Isto foi de repente”. Em declarações à TVI, o comerciante assume que esta tragédia o “vai marcar para a vida”. Ouviu um som que “parecia tiros”. No momento seguinte, descreve, viu “as pessoas a mandarem-se uma para cima das outras. Outras pessoas foram pisadas umas pelas outras a tentar fugir”.

Artigo atualizado às 19h50 com o número de vítimas mortais. A árvore que caiu é um carvalho e não um plátano, como inicialmente foi noticiado.