A Proteção Civil ativou o Plano de Emergência para o distrito de Santarém, onde o incêndio que começou a lavrar em Mação já obrigou à deslocação de 81 pessoas na mesma localidade, 24 em Abrantes e 28 no Sardoal, afirmou aos jornalistas Patrícia Gaspar, porta-voz da Proteção Civil.
Há registo de 86 feridos: 79 ligeiros e sete graves, sendo que nenhum corre risco de vida – entre eles dois bombeiros que ficaram hoje feridos quando combatiam as chamas que lavram em Abrantes, disse à Lusa fonte do comando das operações.
Segundo a mesma fonte, os bombeiros sofreram queimaduras de 1º e 2º grau, tendo um deles sido transferido para Lisboa: “os dois elementos feridos estavam com um autotanque de Abrantes e sofreram queimaduras de 1º e 2º grau, um num braço e numa mão e o outro numa perna, no combate ao incêndio que lavra em Lercas”, Mouriscas, concelho de Abrantes, afirmou.
A autoestrada 1 (A1), que liga Lisboa ao Porto, foi cortada ao quilómetro 249, nos dois sentidos entre os nós de Aveiro Sul e Albergaria devido a um incêndio, confirmou fonte da Brisa ao Observador. As autoridades estão no local a obrigar saída dos condutores, por precaução. Não há previsão de abertura.
Também a A23 está cortada entre Abrantes e a saída para Mação, devido ao incêndio de grande dimensão que aí lavra, com direção a sul, ao distrito de Portalegre, avança a TVI24. Além desta, Patrícia Gaspar confirmou o corte da EN244-3 e EN244, e que se avaliava, pelas 19h00, o corte de acesso à Ortiga, ponto mais a sul deste incêndio.
Patrícia Gaspar adiantou que o fogo de Mação apresenta várias frentes ativas, “tem tido um comportamento muito complexo” e representa uma “situação toda ela difícil em termos de combate”, com as “condições meteoreológicas a propiciar o desenvolvimento do incêndio”. No local, estão todos os meios aéreo previstos, com exceção de dois aviões que estão em Vila Real, explicou Patrícia Gaspar. Os meios terrestres foram reforçados com 15 grupos de reforço portugueses e três módulos de Espanha.
O fogo de Mação já se alastrou ao distrito de Portalegre, pela região de Belver (próxima de Mação), no concelho de Gavião.
O vento está muito forte, a mudar sempre de direção, e com grandes projeções das chamas”, disse a autarca de Belver, freguesia que no final de julho já havia sido atingida pelas chamas provenientes de um outro incêndio de Mação, e que devastou, então, “cerca de 5 mil hectares da freguesia, quase 80% do território”.
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Gavião, José Pio, relatou que a situação é “muito complicada”, uma vez que o incêndio está a aproximar-se das aldeias de Torre Cimeira e Torre Fundeira. De acordo com o autarca, o incêndio passou a ponte da ribeira de Eiras e está neste momento a progredir no terreno “com uma violência verdadeiramente infernal”.
O Plano de Emergência em Cantanhede foi desativado e além do plano que foi ativado no distrito de Santarém, há mais quatro planos municipais ativos: no Fundão, em Castelo Branco, em Ferreira do Zêzere e Vila de Rei (onde o incêndio está, para já, dominado). Nos incêndios que se mantém em curso, em Castelo Branco e Santarém, continuam os meios de reforço dos últimos dias, com o apoio dos meios espanhóis e marroquinos, e militares: marinha, exército e força aérea.
Por causa das condições meteorológicas, a Proteção Civil mantém o estado de alerta laranja até às 20h de 18 de agosto.