Se acha que a Honda é forte é nos carros e nas motos, não podia estar mais longe da verdade. Não que os veículos de duas e quatro rodas do construtor japonês não sejam bons, antes pelo contrário, sendo que nas motos o fabricante possui uma reputação ainda mais invejada do que nos automóveis. Mas onde a Honda inovou e lidera de forma confortável, face aos seus rivais, é nos pequenos jactos privados.

A Honda Aircraft Company, a divisão do construtor nipónico que fabrica o HondaJet, foi criada em 2003 – isto depois de ter começado a estudar o mercado no final dos anos 80 –, mas só em 2017, depois de inúmeros atrasos, começou a entregar aos clientes o seu primeiro e único modelo da gama aeronáutica, o HA-420.

Concebido no Japão, mas produzido nos EUA, mais precisamente em Greensboro, na Carolina do Norte, foram entregues 24 unidades do HondaJet nos primeiros seis meses do ano, o que fez da Honda a líder neste segmento de aparelhos, com os japoneses a reclamarem para o seu primeiro veículo com asas o facto de ser o melhor na classe no que respeita à velocidade, altitude a que consegue operar, nível de ruído e economia.

Graças à colocação dos dois reactores não nas asas ou na cauda, mas sim sobre uns suportes (que a marca apelida de Over The Wing Engine Mount) que lhe permitem optimizar o rendimento e a aerodinâmica, a Honda conseguiu dar um passo em frente face à concorrência, tanto mais que esta solução facilita também a redução do ruído. Como se isto não bastasse, o jacto japonês recorre a uma fuselagem em fibra de carbono, e não em alumínio, como os seus rivais, o que reduz o peso (fica apenas nos 3.267 kg em vazio) e facilita a criação de um maior espaço interior, característica importante e onde o HA-420 bate igualmente a concorrência.

Com um motor fruto da colaboração entre a Honda e a GE, também ele responsável pela economia, o HondaJet é capaz de atingir a velocidade máxima de 777 km/h (420 nós) a 30.000 pés, confirmando a sua rapidez ao subir após a descolagem à razão de 3.990 pés por minuto. O HA-420, com um comprimento de 13 metros, uma envergadura de 12,1 metros, uma autonomia para 2.234 km e a capacidade de voar até aos 43.000 pés de altitude (13.000 metros), possui uma capacidade de transportar até seis passageiros, além dos dois tripulantes, sendo ainda o Honda mais caro de sempre, uma vez que é comercializado por 4,5 milhões de dólares (3,83 milhões de euros) a unidade.

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