Nuno Borges, atual 582.º classificado do ranking ATP, conquistou esta manhã a medalha de bronze do torneio de singulares das Universídas de Taipé, após perder nas meias-finais com um atleta da “casa”, Jason Jung (mais cotado em termos internacionais, ocupando o 270.º posto mundial depois de já ter estado nos 150 primeiros), pelos parciais de 6-3 e 6-3. Ainda assim, esta foi já a quinta vez que Portugal conseguiu um pódio nesta edição de 2017, igualando, para já, o melhor registo de medalhas na competição (cinco em 2009).

O tenista maiato, que se encontra a estudar fisioterapia há dois anos na Universidade de Mississipi, tinha antes afastado da competição Robin Cocouvi (6-0 e 6-2), Yuya Ito (6-4 e 6-0), Anthony Jackie (Hong Kong, 3-6, 6-4 e 7-6) e Alessandro Ceppellini (Itália, 6-4 e 6-3).

A estudar nos Estados Unidos em 2016, altura em que completou o secundário e quis encontrar melhores condições para conciliar os estudos com o ténis, Nuno Borges tem feito história em Mississipi, batendo alguns registos a nível de torneios e da própria classificação mundial da ITA (Associação de Ténis Intercolegial). Além de prémios de jogador da semana, o jogador do Clube de Ténis da Maia já foi também distinguido com o Newsom Award, que concilia mérito desportivo e estudos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em junho, Nuno Borges, de 20 anos, conseguiu chegar à final do 2.º Open de São Domingos, a contar para o ranking mundial do ATP World Tour, vindo das qualificações, perdendo apenas para o campeão nacional absoluto, João Monteiro. Antes, o português, que já foi top-50 júnior e campeão nacional em vários escalões, causou surpresa ao alcançar as meias-finais do Campeonato Universitário dos Estados Unidos.

“Os primeiros dois meses foram de adaptação ao sistema que eles têm. Tinha mais dificuldade em encontrar os edifícios, saber os tempos que tinha de utilizar para me orientar e falar com as pessoas, mas a adaptação é sempre difícil no início para toda a gente”, contou ao Raquetc, prosseguindo: “Nos Estados Unidos, os treinos são muito mais feitos para mim, são mais centrados em cada jogador, desenvolvidos para cada um de nós. Na Maia tínhamos um grupo maior e apenas um treinador, o que tornava as coisas mais difíceis. As diferenças são muitas, mas não diria que uma é melhor do que a outra”.

“Normalmente não há jogos durante a semana, costumamos jogar ao fim-de-semana. Se não houver jogos, treinamos de segunda a sábado duas/duas horas e meia e tenho duas vezes por semana treino de uma hora específico, só eu e o treinador, além de existir sempre uma hora/hora e meia de treino físico todos os dias”, acrescentou Nuno Borges, que mudou também da terra batida da Maia para os pisos rápidos americanos.

De referir que, com o terceiro lugar de Nuno Borges, Portugal já conquistou um total de cinco medalhas nestas Universíadas de Taipé: Francisco Belo (peso) e Diogo Ferreira (salto com vara) ganharam o ouro; Rui Bragança (-58kg taekwondo) conseguiu a prata; e Marta Onofre (salto com vara) alcançou o bronze.

https://www.facebook.com/fadupt/photos/a.154071664607090.32194.115956361751954/1899823706698535/?type=3&theater