O US Open começou e andamos a contar os dias para que cheguem as meias-finais. Sim, as meias-finais. Porque é aí que se vai disputar a final: com tantas figuras ausentes por lesão, como Andy Murray, Novak Djokovic ou Stan Wawrinka, quis o sorteio que dois ex-campeões do passado que ainda hoje mandam no presente, Rafael Nadal e Roger Federer, ficassem no mesmo quadro. Ainda assim, os donos de um ténis que graças a ambos se tornou intemporal também têm desafios à altura que serão o futuro. E Frances Tiafoe foi exemplo disso.

Depois do triunfo (7-6, 6-2 e 6-2) de Nadal frente a Dusan Lajovic, o sérvio de 27 anos que adiou a afirmação no ténis pela paixão louca pelo futebol, foi a vez de Federer passar à ronda seguinte, mas sendo obrigado a ir à ‘negra’ pelo futuro do ténis americano, com os parciais de 4-6, 6-2, 6-1, 1-6 e 6-4. Para quem aguarda pela reedição dos grandes duelos do passado entre o espanhol e o suíço no presente, foi bom. Mas, em paralelo, ficou o sinal de que existe uma nova vaga de futuro pronta para terminar com a intemporalidade da modalidade.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Nascido a 20 de janeiro de 1998 em Boca Ratón, Frances Tiafoe, filho de imigrantes da Serra Leoa radicados nessa zona dos Estados Unidos, tomou contacto muito novo com o ténis através do pai, que esteve na equipa de trabalhadores que construiu o Junior Tennis Champions Center, no College Park, em Maryland, e mais tarde por lá ficou como contínuo. Com apenas três anos, já andava de raquete na mão.

Com apenas 15 anos, tornou-se o mais novo campeão de sempre da Orande Bowl, e, aos 17, foi o mais novo desde Michael Chang a participar no Roland Garros. Pouco antes, tinha assinado contrato profissional com a ROC Nation Sports, tornando-se o primeiro tenista da empresa do músico e empresário Jay-Z. Há duas semanas, Tiafoe conseguiu bater pela primeira vez um top-10, no caso Alexander Zverev em Cincinnati. “Sempre acreditei. O ténis foi o caminho para mim e para a minha família, o caminho para fazer algo grande”, explicou em entrevista.

“Acho que eventualmente pode ser um top-10 mas vai ter de melhorar o seu jogo, o que é natural para um miúdo, que está ainda em desenvolvimento”, analisou o ex-número 1 mundial John McEnroe.