A secretária-geral do Sistema de Segurança Interna garantiu esta quinta-feira que Portugal não alterou o grau de ameaça terrorista e que este “se mantém em grau moderado”, informação confirmada também pelo primeiro-ministro António Costa e pela ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.

“Portugal não alterou o grau de ameaça, que se mantém em grau moderado”, informou em comunicado o serviço dirigido por Helena Fazenda.

Marcelo Rebelo de Sousa que “não há razão para alterar o nível de alerta que existe em Portugal uma vez que foram “ouvidas as entidades competentes”. O Presidente da República falava em Póvoa do Lanhoso, onde esteve esta quinta-feira para as celebrações do centenário do Hospital António Lopes.

A secretária-geral do Sistema de Segurança Interna informa ainda que “todas as forças e serviços de segurança que integram a Unidade de Coordenação Antiterrorismo estão a trabalhar em completa articulação e em cooperação com as suas congéneres, acompanhando o contexto internacional no âmbito da ameaça terrorista”.

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Em declarações ao Observador, Helena Fazenda afirmou que o comunicado foi emitido esta manhã porque começaram a circular rumores de um eventual atentado em Lisboa: “Queremos tranquilizar a população com a emissão do comunicado. É certo que vivemos uma situação internacional que nos leva a estar muito atentos a todas as informações. A situação internacional pode provocar acontecimentos difusos que são difíceis de detetar, mas estes rumores em concreto não têm fundamento.”

A secretária-geral do Sistema de Segurança Interna insiste: “As forças de segurança não identificaram qualquer situação que obrigue a subir o nível de alerta. Os rumores que surgiram não têm qualquer fundamento. Daí termos mantido o nível de alerta em ‘moderado’ e termos emitido o comunicado”.

Helena Fazenda garantiu que o nível de ameaça para Lisboa não foi alterado

Autoridades reuniram na quarta-feira

Esta quarta-feira, sabe o Observador, houve uma reunião da Unidade de Coordenação Antiterrorismo, de onde saiu a decisão de manter o grau de alerta. Uma fonte do SIS (Serviço de Informações e Segurança) disse ao Observador que “foram detetados sinais que obrigaram a apertar a malha de controlo, mas não foi detetada a presença de qualquer comando ou elemento com ligações a movimentos terroristas em território nacional”. O Público escreve que “as autoridades estão preocupadas com aquilo que é descrito como sendo uma ‘eventual ameaça’ terrorista”.

Esta manhã, a RTP avançou que a PSP reforçou a presença dos elementos um pouco por todo o país, nos locais mais turísticos, onde se espera maior concentração de pessoas. A medida será uma resposta ao atentado que aconteceu recentemente em Barcelona, ou seja, não se deve a nova ameaça. Já a TVI24 noticiou um “reforço inédito” feito pela PSP nas zonas turísticas de Lisboa. Essa medida dever-se-ia a uma “ameaça indeterminada”.

À agência Lusa, o porta-voz da direção nacional da PSP assegurou que “não há identificação de qualquer risco ou ameaça terrorista” em Portugal. E que as medidas preventivas que foram adotadas se deveram a eventos de verão que se realizam este fim de semana.

“Da parte da PSP, não há identificação de qualquer risco ou ameaça em termos de terrorismo”, disse o Intendente Hugo Palma, acrescentando que as medidas preventivas prevêem “o alargamento dos perímetros de segurança em redor dos acontecimentos, com alocação de barreiras específicas”

O porta-voz da PSP diz que “não surgiu nada de novo” e que o objetivo é “recentrar a atividade policial” nos locais onde existe maior concentração de pessoas, nesta fase final do verão, altura do ano em que também são reforçadas o patrulhamento e a fiscalização rodoviária em todo o país. Além das medidas referidas e do policiamento de segurança mais visível nesses eventos, estarão no terreno “equipas à civil” da PSP.

O que dizem os rumores: as embaixadas, os hotéis e a “mãe da amiga”

Os rumores referidos por Helena Fazenda de um alegado atentado terrorista em Lisboa começaram a circular esta quinta-feira de manhã, com o alerta a tornar-se viral. Foram muitas as mensagens enviadas, via Facebook e Whatsapp, que davam conta de um possível ataque na capital. As fontes variavam de mensagem para mensagem e, em todas elas, os remetentes apelavam para que as pessoas se afastassem das zonas mais turísticas da cidade, de centros comerciais, de “locais fechados” ou “com muita gente”.

Nenhuma das entidades referidas e contactadas pelo Observador confirmou as informações que estão a ser difundidas. O SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), por exemplo, mostrou não ter conhecimento de um eventual alerta e remeteu para o gabinete da secretária-geral do Sistema de Segurança Interna.

As muitas mensagens que deram origem aos rumores davam conta de diferentes fontes de informação, fosse a “amiga cuja mãe trabalha numa embaixada”, o amigo com um “cargo de alta informação do Estado” ou “um que trabalha no SIS”.

Foram também muitas as referências a hotéis e embaixadas da cidade que teriam sido avisados de um possível atentado, incluindo as embaixadas de Espanha e dos Estados Unidos. Outros relatos dão conta de “uma mensagem enviada de Barcelona para a embaixada de Espanha em Lisboa”.

“A mãe de uma colega minha que trabalha na embaixada foi avisada!”, lia-se numa das mensagens a que o Observador teve acesso. Noutra, escrevia-se que “o SIS e embaixadas entraram em alerta vermelho para ataque terrorista em Portugal nas próximas horas/dias”. Numa outra, o alegado alerta constaria “internamente” em alguns hotéis: “A irmã da Maria trabalha no Tivoli e os hotéis estão a ser informados que andam cá terroristas”. Contactado pelo Observador, o Tivoli disse não ter conhecimento de nada. Em declarações à RTP, a ministra da Administração Interna disse não ter conhecimento de que as embaixadas tivessem entrado em alerta vermelho.

Helena Fazenda diz ao Observador que “as forças de segurança estão a tentar perceber a origem destes rumores para perceber a sua motivação.