O prédio onde habita o árbitro Vasco Santos foi vandalizado na madrugada desta quinta-feira informou o Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que vai apresentar queixa do sucedido.
“O Conselho de Arbitragem fará chegar ainda hoje toda a informação disponível às autoridades, a exemplo do que sucedeu em ocasiões anteriores com episódios da mesma natureza. O Conselho de Arbitragem condena de forma inequívoca e veemente este tipo de comportamento que visa perturbar os agentes da arbitragem”, lê-se no comunicado.
Vasco Santos, Associação de Futebol do Porto, foi o vídeo-árbitro designado para o jogo Benfica-Belenenses (5-0), da terceira jornada da I Liga, de que resultou a abertura de um processo ao defesa Eliseu, por alegada prática de jogo violento, e que viria a ser arquivado pelo Conselho de Disciplina (CD).
Em causa está um lance em que o defesa do Benfica pisou um adversário. Questionado por este órgão, Vasco Santos disse que, após ter visto imagens que lhe foram disponibilizadas durante o jogo, entendeu não ter existido qualquer agressão ou prática de jogo violento por parte de Eliseu e por essa razão não alertou o árbitro do jogo, Rui Costa.
Na sequência da decisão do CD – que arquivou o auto de flagrante delito elaborado pela Comissão de Instrutores da Liga após queixa do Sporting, alegando não poder sobrepor-se à avaliação dos árbitros – o diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, disse que, se não consegue ver um lance como o de Eliseu, Vasco Santos é incompetente e não pode arbitrar. “O comportamento irresponsável de agentes desportivos em relação aos árbitros e à arbitragem, velho de décadas, é potenciador deste tipo de situações. Tal como teve oportunidade de sublinhar recentemente, o Conselho de Arbitragem nota que os castigos a árbitros são efetivos enquanto os castigos a dirigentes desportivos produzem reduzido efeito prático”, acrescenta o comunicado do CA.
O órgão liderado por José Fontelas Gomes “exorta os clubes a demonstrar que são capazes de analisar a gravidade deste tipo de situações e encontrar soluções imediatas no quadro da autorregulação existente”, sublinhando que “o discurso de ódio dos agentes desportivos tem como principal vítima a arbitragem — e o futebol! -, o que é insuportável e inaceitável”.
“O discurso de ódio no futebol tem de parar de imediato. O Conselho de Arbitragem apela às autoridades públicas para que não esperem por uma tragédia para intervir. O Conselho de Arbitragem defenderá de forma enérgica e inequívoca todos os árbitros portugueses”, conclui.