Depois de a Ryanair cancelar mais de 2.000 voos previstos para as próximas seis semanas e de deixar centenas de milhares de passageiros em terra, o presidente-executivo da companhia aérea irlandesa, Michael O’Leary, explicou que tudo se deve à falta de planeamento na distribuição das férias dos pilotos.

Ryanair garante que não tem falta de pilotos e pede desculpa aos passageiros

Contudo, a concorrente Norwegian Airlines foi responsável por pelo menos 140 baixas na Ryanair no último ano. Ao longo de 2017, 140 pilotos das fileiras irlandesas rescindiram contrato para se juntar à Norwegian, um processo que a empresa garante “ter acelerado nas épocas de primavera e verão”. Fica a dúvida se “a falha no planeamento das férias” se deve à saída de 140 tripulantes.

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É um fenómeno que ainda se vai prolongar, porque vamos abrir uma nova base no aeroporto de Dublin e temos de contratar 40 pilotos novos”, disse ao El País um porta-voz da Norwegian

Em causa estão melhores condições de trabalho. Em certos casos, os salários da Norwegian ultrapassam em 17.000 euros anuais os da concorrente Vueling.

Não é a primeira vez que a norueguesa contrata pilotos da concorrência. Também em 2017 mais de 70 tripulantes da Vueling deixaram a low-cost espanhola para se juntar aos quadros da Norwegian. A Ryanair, por sua vez, tenta contornar o prejuízo das próximas semanas, quando O’Leary já admitiu que “o erro” vai custar pelo menos 25 milhões de euros à empresa – em indemnizações, compensações e outras taxas aeroportuárias.

Pelo menos 400 mil passageiros já foram notificados do cancelamento dos seus voos, através de um e-mail, em que a empresa pede desculpas por “uma confusão da nossa responsabilidade”. Já a autoridade defensora dos consumidores – Deco – alerta que os afetados podem exigir até 400 euros por cancelamento.

Passageiros da Ryanair com direito a indemnização até 400 euros por cancelamento