Os responsáveis do Comité de Informações da Câmara dos Representantes norte-americano estão a planear divulgar os 3 mil anúncios políticos que os russos pagaram para estarem disponíveis no Facebook durante a campanha presidencial para as legislativas de 2016, avança o The New York Times. A intenção dos legisladores foi tornada pública depois de se terem reunido com Sheryl Sandberg, responsável pelas operações do Facebook e uma das pessoas mais próximas de Mark Zuckerberg.
De acordo com o The New York Times, o comité de inteligência planeia divulgar os anúncios depois da audiência que vai ocorrer a 1 de novembro em Silicon Valley sobre o papel que as redes sociais tiveram na alegada interferência russa nas eleições norte-americanas. O Comité de Informações do Senado também vai ouvir responsáveis do Facebook, Google e Twitter sobre o mesmo tema.
O Facebook confirmou recentemente que cerca de dez milhões de utilizadores da rede social nos Estados Unidos viram pelo menos um dos mais de 3 mil anúncios de caráter político pagos por cerca de 470 contas falsas, que investiram mais de cem mil dólares em anúncios pagos, operadas nos últimos dois anos a partir da Rússia. 44% dos anúncios foram vistos antes das eleições presidenciais norte-americanas e os restantes após a vitória do candidato republicano Donald Trump.
Sheryl Sandberg esteve reunida na quarta-feira com Michael Conaway, responsável pela investigação da Câmara dos Representantes, e com o democrata Adam B. Schif do mesmo comité. As reuniões vão prolongar-se durante esta quinta-feira, dia em que Sheryl dá a primeira entrevista pública de um executivo de topo do Facebook sobre o tema. Durará 30 minutos e o meio escolhido é o Axios.
A divulgação dos anúncios já tinha sido pedida por vários grupos e legisladores, para que fosse possível compreender que tipo de informação foi divulgada aos utilizadores da rede social. Aos jornalistas, no final da reunião, Adam B. Schif adiantou que a responsável do Facebook entendeu a “gravidade da pressão política que rodeia o Facebook”.
“Penso que elas percebem com certeza o interesse intenso que temos em perceber o que os russos fizeram na plataforma e a responsabilidade que têm a responsabilidade que eles têm em libertar esse material”, afirmou o democrata.
O Twitter já anunciou que encerrou mais de duzentas contas ligadas aos mesmos operadores russos que publicaram milhares de anúncios de caráter político no Facebook. A Google, por sua vez, não confirmou a notícia que garante que a empresa também descobriu publicidade (nomeadamente no YouTube e no Gmail) comprada por contas falsas sediadas na Rússia.