Procurando aumentar a sua capacidade de produção e reduzir os custos, o Grupo BMW tem vindo a manter conversações com o fabricante automóvel Great Wall Motors, com o objectivo de vir a produzir os futuros Mini na China. A revelação foi feita, à Bloomberg, pela própria marca chinesa, numa altura em que a Mini se prepara para reforçar a sua presença naquele país do Oriente.
Embora para já numa fase inicial, a verdade é que, caso cheguem a bom porto, estas negociações poderão conduzir, segundo a mesma agência, ao fim da produção da Mini na Europa. Passando-a, exclusivamente, para a China.
Entre os argumentos a favor desta transferência estão, desde logo, os custos de produção mais baixos, aspecto importante, principalmente devido ao esforço que o Grupo BMW está obrigado a realizar, não só para fazer frente à mobilidade eléctrica, mas também para responder às restrições já anunciadas por vários governos.
A maioria dos Mini sai, actualmente, das linhas de produção em Inglaterra (em Oxford) e na Holanda. Sendo que, de entre os modelos hoje em dia em comercialização, a única excepção é o crossover Countryman, que já é produzido em várias fábricas da BMW espalhadas pelo mundo, inclusivamente na Tailândia e na Índia.
Só este ano, e até Agosto, a Mini já vendeu cerca de 230 mil unidades em todo o mundo, número que é um recorde para o fabricante britânico e que é alcançado numa altura em que a marca prepara novo passo rumo ao futuro, com o lançamento do seu primeiro modelo eléctrico previsto já para 2019.
No caso deste Mini eléctrico, a produção está prevista para a linha de montagem de Oxford, embora os principais componentes venham da Alemanha, algo que não deixará de facilitar uma possível transferência da produção para um outro qualquer ponto do globo, especialmente a partir do momento em que os resultados do Brexit se começarem a sentir.
Ainda assim, o Grupo BMW garante, desde já, que uma possível expansão da Mini para a China, “não coloca em causa o compromisso assumido com as unidades de produção na Grã-Bretanha”. Explicando que “só é possível acelerar o crescimento da Mini na China, com um parceiro local”.
Aliás e ainda sobre o possível “casamento” com a Great Wall, fabricante que já é o maior construtor chinês de SUV e crossovers, com vendas de cerca de 1 milhão de veículos por ano (ainda que, para a realidade chinesa, não sendo mais que uma marca do meio da tabela), tal poderá ajudar a Mini a vender carros a preços mais competitivos no mercado chinês. Algo que, certamente, ajudará a reforçar uma presença que, neste momento, é garantida apenas através da joint-venture que o Grupo BMW já possui com a Brilliance China Automotive Holdings. Parceria que, ainda assim, contribuiu para que, na primeira metade de 2017, as vendas do grupo alemão (BMW e Mini) crescessem cerca de 16% em território chinês, para um total de 383.976 unidades.