O presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) disse à Lusa ter expectativas “positivas” relativamente à Web Summit, considerando que a edição deste ano “está a ser ainda mais cosmopolita e mais global”.
Pelo segundo ano consecutivo, a Web Summit, cimeira de tecnologia, decorre em Portugal entre 06 e 09 de novembro, depois de Lisboa ter vencido a corrida para conquistar sua localização, num processo onde o atual presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, esteve envolvido.
Questionado sobre as expectativas em relação ao evento, Luís Castro Henriques disse que “são positivas” e salientou que a informação de que dispõe é que nesta edição “virão mais pessoas do que no ano passado”.
Há uma tipologia de corporações grandes e elementos-chave com maior presença do que no ano passado e noto também uma presença cada vez mais forte de outras entidades institucionais, que percebem a relevância da visibilidade do evento”, pelo que este evento “está a ser ainda cosmopolita e mais global”.
Com a realização da Web Summit, o presidente da entidade responsável pela captação de investimento espera “continuar a aumentar a notoriedade de Portugal como destino de negócios, como um país sofisticado, orientado de tecnologia, com uma série de ‘startups’ competitivas, com talento de topo”.
“Não tenhamos dúvidas, durante uma semana estaremos na boca do mundo e temos de aproveitar isso”, salientou.
Por outro lado, “quer queiramos, quer não, [a Web Summit] tem um impacto brutal na cidade e no país”, já que há pessoas que aproveitam a vinda para visitar outras e outros polos de desenvolvimento, o que está a acontecer nas ‘startups’ de Braga, Porto, Guimarães ou Aveiro, acrescentou.
Ou seja, esta cimeira tecnológica, que decorre precisamente um ano depois de Donald Trump ter vencido as eleições presidenciais norte-americanas, “tem um impacto direto económico relevante, em particular na cidade”, pois “são dezenas de milhões de euros”, o que resulta numa “vantagem óbvia”.
Luís Castro Henriques destacou ainda um “terceiro aspeto”, dado que este ano é esperado um maior número de participantes.
Estou convencido de que com a experiência do ano prévio ainda vamos fazer mais e melhor”, permitindo “à AICEP fomentar novos contactos e ver novas abordagens para o investimento”, salientou.
Muitas das pessoas que veem ao evento não têm na cabeça a ideia de investir em Portugal, mas a realização da Web Summit em Lisboa acaba por servir de montra.
“Ficam com o primeiro contacto do país” e a AICEP aproveita a semana da Web Summit para fazer “abordagens comerciais”, explicou.
Além disso, o evento permite rejuvenescer o tecido empresarial português. Mas não só, porque também tem influência na “tipologia de investimento” que Portugal tem.
“Dá a perceção da importância a nível económico deste setor ‘web’ todo”, acrescentou.
Luís Castro Henriques recordou quando foi à Web Summit de Dublin e ‘percebeu’ que um dos aspetos positivos do evento era “dar a perspetiva aos jovens de que ‘you can make it’ [tu consegues]”.
Embora nem todos os projetos venham a resultar num Snapchat ou Facebook, o evento dá uma perspetiva do que está a acontecer e permite troca de experiências.
É preciso passar a mensagem [aos jovens] de que o mundo está aberto, encontrar soluções valiosas para os clientes e pensar numa escala global que isso é possível”, afirmou.
Para jovens, para os empresários, para o país ou para Lisboa, o certo é que a Web Summit tem vantagens. Essa é a opinião do presidente da AICEP, que aponta que trazer “dezenas de milhar de executivos” a Portugal permite aumentar a “notoriedade”, uma ferramenta que a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal não desperdiça.
“Serve também para marcar a agenda com os investidores”, concluiu.