A história
Foi nas muitas viagens às ilhas gregas, em particular Santorini, que João e Catarina Reis foram buscar a inspiração para vestir o White, o novo hotel na costa sul de São Miguel, nos Açores. O nome de batismo não deixa grande margem para dúvidas: visto de fora e por dentro há um claro domínio da cor branca que contrasta com o azul profundo do oceano Atlântico. O mar estende-se para lá da piscina infinita e pode ser avistado das 9 suites da unidade — todas tipologia T0 e equipadas com kitchenettes–, mas também da recatada villa, encaixada que está no topo da falésia.
Os quartos são diferentes entre si, mas em praticamente todos existe um macramé de grandes dimensões a cair do teto, paredes brancas e outras em pedra, que pertencem à estrutura original, e janelas rasgadas para o oceano. O elo comum a todas as suites é a tranquilidade que oferecem. O design é da autoria dos donos do hotel que não são novos nestas andanças — no currículo de João Reis está também o Santa Bárbara Eco-Beach Resort, do outro lado da ilha. A Reis valeu-lhe a inspiração num hotel em particular em Santorini. Não é por acaso que admite preferir este conceito ao de grandes resorts e isso sente-se na exclusividade que o White proporciona.
O que interessa saber
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Nome: White Exclusive Suites & Villas
Abriu em: 2017
Onde fica: Rua Rocha Quebrada, 10, Ponta Delgada
O que é: Um hotel de charme com 9 suites em tipologia T0 e uma villa
Quem manda: João Reis
Quanto custa uma noite: De 200€ (época baixa) a 300€ (época alta), numa Junior Suite tipologia T0
Qual é a vista: Mar
Contacto: 296 249 153
Reservas: geral@whiteazores.com
Links importantes: Site, Facebook
Há uma paz aliciante no White, um projeto que surgiu há três anos durante uma caminhada. O antigo solar de veraneio debruçado sobre a falésia — que terá sido uma casa de férias integrada numa propriedade de produção vinícola — chamou a atenção dos atuais proprietários, tanto que, depois de transformado em hotel, há muitas características da arquitetura vernacular açoriana visíveis a olho nu, sejam as paredes em pedra ou os arcos que emolduram os tetos.
Da forma como está construído, o hotel está aninhado sobre uma baía de rocha vulcânica. Sorte de quem aqui fica hospedado, por adormecer e acordar ao som das ondas que se lançam sobre as rochas, sem pressa de regressar ao mar.
O pequeno-almoço
Esperemos convictamente que o ditado “mais olhos que barriga” caia por terra, ou pela mesa, assim que é servido o pequeno-almoço no White que, em abono da verdade, mais parece um brunch. A feliz comparação tem que ver com as diferentes propostas que compõem aquela que é, dizem, a mais importante refeição do dia. À mesa do Cardume, o simpático restaurante do hotel, também ele virado para o mar e com uma decoração minimalista mas aconchegante, chega de tudo um pouco: sumos naturais, iogurtes com granola, bolos lêvedos para comer com ou sem a companhia do queijo da ilha, manteiga e outras guarnições, ovos mexidos, bacon frito e também deliciosas panquecas à base de aveia, enfeitadas pelo branco do açúcar em pó.
Os serviços
Os longos alpendres no exterior, com direito a fogueira assim que cai a noite, e a própria piscina de água salgada aquecida que parece acabar no mar são dois cartões de visita sem rival. Mas não menos importante é a sala de estar com vista para o Atlântico, à semelhança dos diferentes espaços do hotel, cuja decoração transporta-nos para o charme minimalista das ilhas gregas.
Adiante está o restaurante Cardume, apenas aberto para hóspedes e cuja ementa procura honrar “o melhor da terra e do mar” através de uma cozinha de autor. Entre os pratos disponíveis está o peixe confitado com molho de maracujá (26€) que, apesar do nome, não corre o risco de ser enjoativo, o tagliatelle de lagosta (32€) ou a costeleta do acém (24€). Caso a vontade seja comer ainda mais perto do mar, é possível escolher degustar opções ligeiras junto à piscina, como saladas e petiscos variados, entre os quais constam a tempura de frango (10€), lapas grelhadas (26€) ou tiradito de salmão fumado (10€). Os cocktails também são um boa opção para os dias em que o sol revolve brindar a paisagem.
Coisas para fazer à volta
Os serviços do hotel são, na verdade, indissociáveis do que é possível fazer na ilha. Isto porque cabe a João Almeida — o guest relations que nos envia um e-mail a garantir que não há restrições alimentares, entre outros detalhes, ainda o avião em Lisboa não levantou voo — que trata de tudo o que os hóspedes queiram fazer no seu tempo livre. É preciso reforçar que uma das mais-valia do White é quem nele trabalha.
A vantagem de estar numa ilha que pode ser facilmente percorrida de carro é mesmo essa: João Almeida pode levar-nos (ou sugerir apenas o passeio) ao Parque Terra Nostra, para aí mergulhar num enorme tanque ao ar livre forrado a água castanha, devido às suas propriedades termais, como a desfrutar de um piquenique nas Furnas, ainda que a localidade seja particularmente conhecida pelo cozido feito com o calor da terra. Paisagens como a Lagoa das Sete Cidades, o maior reservatório de água doce do arquipélago, ou a Lagoa do Fogo são pontos de paragem obrigatória, muito embora haja uma alta probabilidade de querer ficar pelo hotel.
O Observador ficou alojado a convite do White Exclusive Suites & Villas.
“Um fim de semana, um hotel” é uma rubrica do Observador onde se dá a conhecer hotéis de norte a sul de Portugal.