O Ministério Público anunciou esta terça-feira que os elementos recolhidos originaram a abertura de um inquérito ao surto de legionella no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, que já causou dois mortos e infetou pelo menos 35 pessoas.
“Os elementos recolhidos deram origem a um inquérito, que se encontra em investigação no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] de Lisboa”, refere o Ministério Público em resposta enviada à agência Lusa.
Na segunda-feira, o Ministério Público tinha informado que estava a recolher elementos e que não deixaria de investigar “qualquer indício de crime de que tenha conhecimento”.
As autoridades de saúde indicaram esta terça-feira que o surto de legionella no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, entrou numa fase descendente, havendo indícios de que as medidas corretivas já estão a surtir efeito.
Em conferência de imprensa, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, estimou que o surto, que já provocou duas vítimas mortais, esteja a entrar numa fase com menos casos por dia, adiantando que esta terça-feira apenas foi confirmado um novo caso e que outro está em investigação.
Até ao momento, há 35 pessoas infetadas, cinco deles internadas em unidades de cuidados intensivos.
Graça Freitas indicou também que os resultados preliminares de análises colhidas após as medidas corretivas aplicadas no sistema de refrigeração indiciam um efeito positivo dessas medidas.
Também o ministro da Saúde destacou os “bons sinais” de que o surto “terá entrado numa curva descendente”.
Adalberto Campos Fernandes considerou que os portugueses “têm condições para confiar no Serviço Nacional de Saúde, que respondeu com grande firmeza e competência”.
O Presidente da República disse terça-feira ter sido informado pelo ministro da Saúde de que, segundo as últimas análises, “neste momento, não há traços ou sinais da existência de legionella” no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
Questionado se pensa que foi feito tudo o que era preciso, face à contaminação registada naquele hospital público, e se os portugueses podem estar descansados, o chefe de Estado respondeu: “Daquilo que eu sei, e soube há pouco pelo senhor ministro da Saúde, as últimas análises que foram feitas dão negativas”.