Corria o ano de 2000 quando Luís Figo, um dos melhores de sempre do futebol português, trocava Barcelona por Madrid, o Barcelona pelo Real Madrid. Digamos que foi um Paulo Sousa – que no verão de 1993 deixou o Benfica para vestir de verde e branco – à escala global. O Barcelona, a cidade e a própria Catalunha nunca perdoaram o internacional português, que desde aí foi sempre visto como um traidor.

17 anos passaram e Figo já não joga. Depois do Real Madrid, ainda esteve uns aninhos no Inter de Milão antes de pendurar as botas em 2009. Mas Luís Figo continua a ser uma celebridade em Espanha. E, pelo rumo das coisas, vai continuar sem muitos amigos na Catalunha.

Esta segunda-feira, o antigo capitão da Seleção Nacional foi com a mulher, Helen Svedin, a um concerto do cantor espanhol José Mercé, em Madrid. As celebridades eram muitas e um jornalista do El Español, quando viu Luís Figo, decidiu atirar a pergunta: “qual é a sua opinião sobre a situação na Catalunha?”.

Figo tentou escapar. “Eu sou português”, respondeu. Mas o jornalista não desistiu e insistiu, dizendo que, apesar de não ser espanhol, tinha de ter uma opinião.

Eu tenho uma grande relação com Espanha, e a Catalunha é Espanha, é parte de Espanha. Estamos todos a viver num âmbito de convivência e é assim que deve ser”, afirmou Figo, despoletando, com certeza, ainda mais críticas nos catalães que lhe guardam algum rancor desde 2000.

O jornalista espanhol ainda tentou criar um paralelismo entre a Catalunha e Portugal, perguntando a Luís Figo se acha que é possível, um dia, Portugal e Espanha serem um só. O português encerrou o assunto e limitou-se a dizer que “Portugal sempre foi uma nação independente de Espanha. Não acho que alguma vez vá existir uma união com Espanha. Pertencemos à Península Ibérica e temos excelentes relações, mas cada país é diferente”.

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