A Lifeina começou em 2015 quando Uwe e o irmão, Olaf, que tem diabetes, estavam num hotel. Para surpresa dos dois, não havia um frigorífico para a insulina de Olaf. Depois de tentarem arranjar uma solução num restaurante, o remédio acabou por ser congelado. A sorte foi encontrarem uma farmácia de serviço que resolveu o problema, mas foi graças a esta história que nessa noite começou a pensar numa solução para Olaf poder viajar sem ter estas situações. Começou assim a Lifeina, que ganhou o Pitch da Web Summit de 2017 sem saber que havia prémio.

“Nem sabia que havia dinheiro, apenas achei que isto era uma coisa fixe para fazer”, diz o vencedor do Pitch quanto à vitória.

Nos últimos três dias, 20o startups venderam as suas ideias em várias eliminatórias. Só saiu uma vencedora na edição de 2017 da Web Summit. A Lifeina e o mini frigorífico portátil para guardar medicamentos do neozelandês Uwe Diegel levaram para casa os 50 mil euros que a Mercedez-Benz tinha para investir. Segundo o empreendedor que já tem uma longa experiência com empresas: “Nem sabia que havia dinheiro, apenas achei que isto era uma coisa fixe para fazer”.

O vencedor do Pitch com o prémio e a caixa azul que “vai salvar vidas”.

O empreendedor fez o pitch perfeito. Disse que todas as caixas são feitas em França e ainda teve tempo para deixar o pormenor que são um pouco mais caras porque “recorrem a mão-de-obra de pessoas com deficiências para dar mais oportunidades de trabalho”. Com um tamanho grande e um pequeno, a bateria aguenta a temperatura necessária até 24 horas e é possível expandir até 36 horas. O objetivo é facilitar a vida das pessoas com diabetes, mas dá para todo o tipo de medicamentos e “também podem pôr vodka”, graceja o vencedor.

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Truque para um bom ‘pitch’ segundo o vencedor: “Tem de ter alma, caso contrário não serve para nada”.

Apesar de ter uma app associada, Uwe assume que a startup faz hardware. “Hardware é melhor que apps e por isso dedicam-se só a software [as outras startups]. E qual o truque para se fazer um bom pitch, Uwe diz: “tem de ter alma, caso contrário não serve para nada”. A Lifeina escolheu a Web Summit por ser uma montra de produtos. “Nestes anos estamos a assistir a revolução tecnológica e isto é graças à Web Summit”.

De pianista a empreendedor

Uwe era pianista, mas aos 26 anos teve um acidente no braço que lhe mudou o rumo que tinha. Com a recuperação começa a gostar mais das tecnologias ligadas à saúde e foi assim que foi parar ao ramo da saúde. Se nos últimos anos temos vistos empresários menos experientes a levar o prémio do Pitch, a história de Diegel é exatamente a contrária. Antes da Lifeina em 2016, era presidente executivo da iHealth, uma empresa que fez os primeiros medidores de pressão arterial que se ligavam aos smartphones. Antes disso, trabalhou desde os 30 anos na Microlife, uma das maiores empresas de aparelhos para medir a tensão do mundo como engenheiro.