Rui Patrício foi campeão nacional de iniciados, bicampeão nacional de juvenis e campeão nacional de juniores, além de ter ganho ainda alguns títulos regionais nas camadas jovens. Nos seniores, tem Taças de Portugal e Supertaças, falta-lhe o Campeonato Nacional. Mas o guarda-redes (que chegou a ser avançado) de Marrazes continua a ter o foco nesse objetivo. Entretanto, vai fazendo história. E em alguns capítulos uma história com mais de uma década.
A história de Rui Patrício. Ser guarda-redes porque outro amuou
Quando fez o primeiro encontro pelos seniores frente ao Marítimo, a 19 de novembro de 2006, o número 1 leonino conseguiu defender uma grande penalidade e assegurou o triunfo por 1-0 com golo de Rodrigo Tello. Agora, com o Famalicão, Patrício voltou a repetir a façanha e somou já o 13.º penálti defendido desde essa altura, numa lista que inclui os nomes de FC Porto e Benfica ou dos estrangeiros Metalist ou CSKA Moscovo.
A forma como se prepara um jogo depende das estratégias de cada um. Algo que faço é a visualização. Visualizamo-nos no jogo, imaginamo-nos a fazer as defesas, como interagimos. São estratégias minhas. Não é só para o futebol, também faço isso na minha vida pessoal”, explicou numa entrevista à TV e ao jornal do clube esta semana.
Penaltis defendidos por Rui Patrício no ????Sporting:
2006 vs Marítimo
2008 vs FC Porto
2008 vs Naval
2009 vs Nacional
2009 vs FC Porto
2011 vs Benfica
2012 vs Gil Vicente
2012 vs Metalist
2012 vs Moreirense
2013 vs Beira-Mar
2014 vs FC Porto
2015 vs CSKA
2017 vs Famalicão pic.twitter.com/PwEVNOy2uK— Playmaker (@playmaker_PT) November 16, 2017
Ao longo desse tempo, o guarda-redes foi batendo recordes: é o jogador do Sporting com mais jogos na Champions; entrou no top-5 dos jogadores com mais encontros de sempre pelos leões; e por pouco não marcou ele próprio um golo, na deslocação do conjunto verde e branco a Enschede em 2009 para defrontar o Twente (acabou por ser atribuído autogolo ao defesa Wisgerhof, mas foi o cabeceamento de Patrício na área contrária que fez a diferença). Além de, claro, se ter tornado campeão europeu de clubes em França no ano passado, o que lhe valeu no final do ano o prémio de terceiro melhor guarda-redes e 12.º melhor jogador do mundo.
Esta semana, o número 1, de 29 anos, abordou em entrevista algumas das coisas que mudaram: dos filhos Pedro e Eva (que nasceu há um mês) à importância de ter trabalhado com uma psicóloga (“Deu-me outro modo de saber viver com os erros. Trabalhei com uma pessoa da área, a Ana Ramires. Comecei aos 23 anos. Quem me dera que tivesse sido mais cedo, antes de jogar na equipa principal. Quase de certeza que chegaria lá melhor preparado. Conhecemo-nos melhor e percebemos como estamos para depois criarmos as nossas próprias estratégias para o jogo, em cada momento, para sabermos viver com os erros em qualquer situação”, contou), passando também pelas ligações ao ioga e aos barcos, uma paixão mais recente.
Fiz ioga durante alguns anos a nível de recuperação. A parte dos ensinamentos vem do ‘Atma Kriya Yoga’. Fiz o curso e faço os exercícios todos os dias. Se não fizer começa o stress… Sinto a diferença. Interiormente, para estar bem, é uma arma que eu tenho (…) Os barcos permitem momentos de introspeção. Por acaso o Fábio Coentrão já tentou levar-me para experimentar a pesca, mas ainda não caí nessa tentação. Gosto de navegar, para espairecer um pouco. São momentos relaxantes no mar e tornou-se uma paixão”, contou.