A Impresa anunciou nesta terça-feira que os trabalhadores das revistas vão transitar para o novo grupo editorial, depois da proposta de Luís Delgado para comprar estes títulos, mas salienta que o processo pode não envolver a totalidade dos funcionários. “O grupo Impresa aceitou, a 06 de novembro, negociar com Luís Delgado, com caráter de exclusividade, a alienação das suas publicações Activa, Caras, Caras Decoração, Courrier Internacional, Exame, Exame Informática, Jornal de Letras, Telenovelas, TvMais, Visão, Visão História e Visão Júnior”, refere o grupo, num comunicado enviado à agência Lusa.
O grupo esclarece que entre as várias propostas que recebeu, foi escolhida aquela que “oferece as melhores condições para o futuro dos colaboradores de cada um destes títulos”, bem como para a “salvaguarda dos princípios editoriais das marcas”. “A Impresa sublinha o entendimento que alcançou com Luís Delgado para que a futura transição se realize de forma natural, para os trabalhadores, para os leitores e para os anunciantes”, acrescenta.
O grupo refere que vão transitar para o novo grupo editorial os trabalhadores da Impresa Publishing afetos às marcas a ceder, incluindo jornalistas, gráficos, comerciais, bem como outros que pertencem à estrutura da organização, estando “esse processo em curso”.
A Impresa esclarece que este processo pode não envolver todos os trabalhadores “Esse número pode não compreender a totalidade das pessoas que trabalham na área das revistas do grupo, nomeadamente os que estão ligados à estrutura, o que poderá levará a Impresa Publishing a dar início a um processo de reestruturação”, concluiu.
Nos primeiros nove meses do ano, as receitas totais do segmento ‘publishing’ caíram 3,7% para 34 milhões de euros (subiram 2,5% para 11,7 milhões de euros no terceiro trimestre).
As receitas de circulação aumentaram 0,9% até setembro (17,4 milhões de euros) e 1,8% no terceiro trimestre (6,2 milhões de euros), enquanto as de publicidade diminuíram 3,1% nos nove primeiros meses do ano (14,7 milhões de euros) e entre julho e setembro cresceram 10,5% (cinco milhões de euros).
“A receita que tem vindo a ser feita no digital refletiu-se nas receitas provindas da publicidade e da circulação, representando atualmente 10,5% do total do volume de negócios da área do ‘publishing’, nos resultados acumulados a setembro de 2017”, refere a Impresa, que é acionista da agência de notícias Lusa.
O grupo liderado por Francisco Pedro Balsemão afirmou que “a evolução operacional” da Impresa durante o terceiro trimestre, “bem como as medidas de reestruturação implementadas durante os últimos trimestres, e inseridas num contexto macroeconómico mais favorável, permitem antever o cumprimento dos objetivos propostos para este ano, e o reforço da rentabilidade do grupo e, deste modo, sustentar o cumprimento dos objetivos do Plano Estratégico”.
Os prejuízos da Impresa nos primeiros nove meses do ano atingiram os 165 mil euros, uma melhoria face aos 585 mil euros negativos registados em igual período do ano passado. A Impresa referiu ainda que o resultado líquido no terceiro trimestre foi negativo em 250 mil euros, o que compara com 1,8 milhões de euros de prejuízos registados no período homólogo de 2016.