Os utentes dos transportes públicos do Porto discordam do aumento do preço dos transportes públicos no próximo ano, considerando que a subida é contraditória com a política de reposição de rendimentos seguida nos últimos anos.

O preço dos transportes públicos vai subir até 2% (acima da inflação) no próximo ano, avançou hoje o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, ao Jornal de Notícias, justificando a medida como equilibrada para libertar recursos dos operadores para novo investimento e manter as compensações a alguns passageiros.

Para o Grupo de Utentes dos Transportes Públicos do Porto, este anúncio é “surpreendente, porque nada previa que isso viesse a acontecer, uma vez que os preços são já demasiado elevados.

“Em segundo lugar, porque se trata de uma contradição, uma vez que temos vindo a assistir à reposição de direitos e rendimentos, que tinham sido retirados anteriormente. Neste sentido, achamos que os utentes dos transportes públicos de passageiros também deviam ser compensados pelo mal que lhes foi feito pelo anterior Governo, destacando-se — entre outros — os aumentos brutais que chegaram a atingir os 50%”, afirmam.

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Para os utentes, justificar o aumento dos preços com investimento “não pode acolher a concordância, uma vez que não cabe aos utentes ter essa função. O investimento compete, única e simplesmente ao Governo”.

“Para isso existem mecanismos para o fazer. Destacamos desde logo as indemnizações compensatórias a que o Estado está obrigado, pelo serviço público prestado pelas empresas de transportes. Naturalmente que valorizamos o investimento feito e o que está previsto. No entanto não nos cabe a nós pagar a fatura”, defendem.

Este Grupo de Utentes afirma que “estará sempre contra qualquer aumento de preços nos transportes”, defendendo que deve ser “prosseguida uma política de incentivo ao uso dos transportes públicos de passageiros, que originará dessa forma, aumento de receita”.