Há muito prometido, agora revelado. Eis que de Itália, nos chega a mais recente criação da casa de Sant’Agata Bolognese, o Urus, definido pela própria Lamborghini não como um SUV, mas sim um “Super SUV”. Capaz, portanto, de conciliar incursões mais aventureiras, fora de estrada, com outras não menos desprovidas de adrenalina, mas na estrada…
As credenciais são dignas de respeito: 0 a 100 km/h em 3,6 segundos; 0 -200 km/h em 12,8 segundos; velocidade máxima de 305 km/h. Tudo isto cortesia de um V8 biturbo em alumínio, de 4 litros a gasolina, montado à frente e capaz de debitar 650 cv e 850 Nm – o que, feitas as contas, dá qualquer coisa como uma potência específica de 162,7 cv por litro. E, como sobre a balança, o ponteiro acusa menos de 2.200 kg, o toiro pode orgulhar-se de ser o SUV com a melhor relação peso/potência: 3,38 kg/cv.
Colocando ao serviço uma caixa automática de oito velocidades ZF, o Urus usufrui ainda de um sistema de tracção integral com diferencial anterior integrado e um diferencial central Torsen com função autoblocante, que distribui a força do motor entre a frente (60%) e a traseira (40%), apesar de, no limite, conseguir colocar 70% nas rodas anteriores e 87% nas posteriores, consoante o modo de condução. O diferencial posterior tem a seu cargo a vectorização do binário, para garantir sempre a melhor aderência ao piso e evitar desequilíbrios que possam assustar quem vai lá dentro. Aqui, a repartição da potência permite colocar instantaneamente a “força” necessária na roda traseira que mais necessita, dependendo também neste caso do modo de condução e das próprias condições do piso. Assim sendo, o Urus diz-se preparado para enfrentar as mais duras condições: aos modos Estrada, Terra e Neve soma o Sport e, ainda, o Corsa e Sabbia. Qualquer um deles accionável no selector que se encontra bem ao centro, mesmo à mão do condutor.
Em termos de tecnologia, destaque ainda para o freio nos dentes. Se o Urus impressiona pelo andamento, também o faz pela eficácia na desaceleração, com a Lamborghini a sublinhar que são apenas precisos 33,7 metros para estancar a fúria do bicho, levando-o dos 100 km/h à imobilização (0 km/h) nesse curto espaço. Tal é devido a um sistema de travagem capaz de responder às solicitações mais extremas, valendo-se de travões em carbocerâmica que são uma ‘barbaridade’: 440 x 440 mm à frente e 370 x 30 mm atrás. Dito de outro modo, os maiores e mais robustos disponíveis de série. Curiosamente, a ideia original era que fossem (ainda) maiores. Sucede que os técnicos da marca perceberam que era impossível o conjunto caber no tamanho padrão das jantes (21”). Para quem quer calçar o Urus de modo mais vistoso, opcionalmente são disponibilizadas jantes maiores (22 ou 23”) com desenho específico, mas sempre a envergar pneus Pirelli P Zero Corsa, desenvolvidos propositadamente para o modelo.
O arsenal tecnológico fica completo com soluções já estreadas pela Audi, também do Grupo Volkswagen. Nomeadamente, suspensão adaptativa a ar (Q7, Q5 e A8) e barras estabilizadoras activas e dinâmicas (A8). Sempre visando o máximo conforto e segurança, num SUV com claras ambições superdesportivas. Pormenor importante é ainda a inclusão de um sistema de quatro rodas direccionais, particularmente sofisticado – mais uma adaptação do estreado pelo A8 –, destinado não só a garantir uma eficácia notável em estrada, a um ritmo mais vivo, como uma maneabilidade surpreendente em cidade, permitindo ao enorme Urus uma capacidade de fazer inversão de marcha e curvas mais apertadas que vão fazer inveja a alguns citadinos.
A terminar, referir que se o Urus acaba por não diferir assim tanto, estruturalmente, de outros produtos do género também propostos pelo Grupo Volkswagen (Porsche Cayenne, Audi Q7 e Bentley Bentayga também recorrem à plataforma modular MLB), visualmente não restam dúvidas de que estamos perante a forte personalidade de um Lamborghini.
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