A utilização de três medicamentos genéricos, com destaque para dois usados no tratamento do VIH e do cancro, permitiram aos hospitais poupar perto de 30 milhões de euros até outubro deste ano, quando comparado com período homólogo, segundo dados do Infarmed avançados, esta terça-feira, pelo Diário de Notícias.
O grosso desta poupança — 25,5 milhões de euros — foi alcançada com o uso do imatinib (na área da hemato-oncologia) e da terapia para doentes com VIH que combina abacavir e lamivudina. Mas o DN, com base em dados da Autoridade do Medicamento, refere ainda um terceiro medicamento — utilizado no tratamento da pneumonia e algumas infeções na pele ou tecidos moles e que impede o crescimento de certos tipos de bactérias que causam infeções — a Linezolida. Entre janeiro e outubro deste ano, a despesa com este antibiótico rondou os 832 mil euros. No mesmo período de 2016 fixou-se nos três milhões de euros e em 2015 tinha atingido os 5,2 milhões em 2015.
O Infarmed garante que esta poupança não se deve a uma quebra na utilização dos medicamentos, mas sim da redução dos preços. Armando Alcobia, da Comissão de Farmácia e Terapêutica do Hospital Garcia de Orta, de Almada, dá um exemplo: o imatinib “tinha um custo por comprimido de 70 euros e, no espaço de menos de um ano, foi reduzido para menos de dois euros. Se em 2016 foram consumidos cerca de 30 milhões de euros deste medicamento, será de prever uma redução bem superior a 20 milhões”.
O especialista deixa um alerta: “reduções de preço desta magnitude podem levar ao abandono do mercado de alguns fornecedores, levando a ruturas no fornecimento destes medicamentos, o que constitui um problema sentido na Europa e nos Estados Unidos”.