O caso remonta a 2015. Dois reclusos da cadeira de Paços de Ferreira — com acesso à Internet via telemóvel — conheciam mulheres nas redes sociais com o fim de lhes extorquir dinheiro. O esquema foi desmontado quando uma das mulheres, depois de ter depositado 600 euros na conta bancária da namorada de um dos presos, apresentou queixa na polícia.

Os dois presos — um condenado a 14 anos de prisão por crimes de sequestro, roubo, tentativa de homicídio e burla informática e outro condenado a 20 anos de prisão por fazer parte de um grupo que assassinou um jovem de 23 anos em Valongo — tiveram acesso a um telemóvel com dados móveis que era carregado pela namorada de um deles. Terá sido essa namorada, segundo o Jornal de Notícias, a fazer entrar o equipamento dentro da prisão de Paços de Ferreira.

Com o telemóvel nas mãos, os reclusos conheciam mulheres em aplicações de encontros, mentiam sobre a verdadeira identidade e obtinham informações pessoais que usavam depois para as chantagear e extorquir dinheiro.

Uma das vítimas chegou mesmo a depositar, a 29 de abril de 2015, 600 euros numa conta bancária — titulada pela namorada de um dos reclusos — para tentar impedir que alegadas filmagens de atos sexuais com o ex-namorado fossem enviadas para familiares e para o local de trabalho. A uma segunda tentativa de extorsão, a vítima foi apresentar queixa na polícia e o esquema foi descoberto.

Ambos são acusados pelo Ministério Público por crime de extorsão agravada e a pena de prisão pode chegar aos 15 anos. O JN nada refere em relação a eventuais medidas aplicadas dentro da prisão por ter sido possível um telemóvel com acesso à Internet ter acabado nas mãos dos reclusos.

Segundo o Correio da Manhã, entre 1 de janeiro e 15 de maio deste ano, foram intercetados 834 telemóveis nas prisões, mais do que os 821 apanhados em igual período de 2016. Ao todo, no ano passado, foram intercetados, nas 49 cadeias, 2.094 telemóveis.

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