Este ano não podia terminar sem que soubesse algo mais sobre o Mission E, o primeiro Porsche eléctrico alimentado por bateria com que a marca germânica pretende impor respeito à Tesla, que até hoje é o construtor que reina entre os fabricantes de eléctricos mais desportivos e rápidos.

Segundo a Automobile Magazine, a publicação alemã que teve hipótese de conduzir um dos protótipos mais avançados da marca, o Mission E está quase pronto e recomenda-se. É muito parecido ao protótipo revelado pelo fabricante no Salão de Franfurt, há dois anos atrás – o que é bom, pois a estética era um dos atributos mais importantes do modelo, especialmente numa fase em que pouco mais se sabia sobre as características deste eléctrico.

Segundo a referida publicação, o veículo que lhes foi permitido conduzir tinha já interiores praticamente definitivos, vidros eléctricos, bancos sofisticados e longe de parecerem ter sido herdados de outros modelos da casa, além de um cronómetro, o que significa que a Porsche está pronta para a guerra. Dos eléctricos, onde a meta é bater a Tesla.

De acordo com o responsável pelo projecto, Stefan Weckbach, o Mission E será ligeiramente mais curto do que o Panamera, mas será mais espaçoso, fruto de ter motores mais fáceis de “arrumar” e menos volumosos. Quanto à potência, fundamental para os clientes de uma marca que sempre viveu de performance e emoções, o Mission E vai ter a versão mais acessível com motor de 408 cv e será proposto pelos mesmos 85.000 dólares do Panamera mais barato, pelo menos no mercado americano.

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Acima desta versão irá surgir uma proposta intermédia, com 544 cv, enquanto o mais possante Porsche eléctrico possuirá dois motores – e, logicamente, tracção às quatro rodas – que lhe asseguram 680 cv. Posteriormente, já está agendada uma versão mais acessível do Mission E com a motorização menos potente e somente tracção às rodas traseiras.

Os números são impressionantes e atingidos à custa de um motor eléctrico dianteiro com 215 cv, e um binário de 300 Nm (podendo atingir picos de 441 Nm durante um curso espaço de tempo), para depois na traseira ser montado um motor que pode ter 322 cv (e 340 Nm) ou 429 cv (e 550 Nm). Números que, contudo, podem ainda vir a sofrer pequenas alterações até surgir a versão final.

A versão mais veloz e potente do Mission E será capaz de atingir as 60 milhas por hora (0-96 km/h) em apenas 3,5 segundos, o que, sendo um bom valor para a Porsche, não chega aos calcanhares dos Tesla Model S ou X. Aliás, apenas se aproxima do mais potente dos Model 3. A velocidade, essa, está limitada a 250 km/h.

Para os fãs da Porsche, nem tudo são boas notícias, uma vez que, no que respeita à potência, os Tesla Model S e X garantem um máximo de 612 cv e o Roadster deverá mesmo ultrapassar os 1.000 cv, claramente num patamar superior. Mesmo em velocidade máxima, o S e o X anunciam 250 km/h, e mais de 400 km/h para o Roadster, pelo que não está garantida a primazia da Porsche na batalha pelos melhor, entre os automóveis eléctricos.

Em matéria de autonomia, importante em tudo o que é carro eléctrico, o Mission E é capaz de assegurar 483 km, anunciando depois que consegue recarregar as baterias (até 80%) em apenas 20 minutos. O Tesla está mais à frente, pois o Model S P100D garante 612 km de alcance, segundo o ciclo NEDC, o que se traduz em pouco menos numa utilização real, mas sempre acima dos valores anunciados pela Porsche. Isto para falar apenas da berlina “pacata” Model S, pois se elevarmos a fasquia para o Roadster, com 1,9 segundos de 0-60 milhas por hora, mais de 402,3 km/h de velocidade máxima e 1.000 km de autonomia, a Porsche vai ter de tirar um coelho da cartola para não ficar irremediavelmente para trás.

Enquanto o Mission E não está disponível, a marca prepara também um coupé derivado do Panamera e apelidado internamente de 929 (sendo que é um sucessor do 928), além de um Macan electrificado.