Era um dia, um só dia, apenas mais um dia. A 29 de dezembro de 2013, Michael Schumacher, o maior campeão de sempre da Fórmula 1, estava com a família a esquiar numa zona fora da pista da estância de Meribel, nos Alpes Suíços, quando sofreu um acidente. Um grave acidente. Não foi o primeiro, mas foi o pior de todos: embateu com a cabeça numa rocha, o capacete rachou e ficou em coma. Quatro anos depois, alguns sabem como está o alemão, mas pouca ou nenhuma informação passou para o domínio público por opção da família.

O campeão que há um ano saía de pista

Após muitas semanas em coma, no Centro Hospitalar de Grenoble, Schumi passou para o Hospital Universitário de Vaud em Lausana em junho de 2014 e regressou a casa três meses depois, em setembro. Pelo meio, foi-se sabendo amiúde da evolução clínica do piloto. “Conseguiu alguns avanços nas últimas semanas e meses mas ainda lhe falta um largo e duro caminho pela frente”, comunicou a família na altura. Daí para cá, nunca mais se soube nada. “Não é um assunto público”, justificam pessoas próximas do clã Schumacher. “É um direito da família proceder da maneira que considerar ser a melhor para eles”, acrescentou Sabine Kehm, a manager do piloto.

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No ano passado, houve alguma especulação por esta altura, inclusive com a CNN a citar informações de uma fonte que garantia que Schumacher ainda não conseguia andar. Nada foi confirmado, a não ser um caso “paralelo”: um alemão de 54 anos que trabalhava na empresa Rega, especializada em transportes aéreos via helicóptero, foi detido por ter alegadamente roubado alguns prontuários médicos sobre o estado de saúde do piloto e encontrado morto quando estava detido em Zurique. Circulou também que havia um paparazzi com imagens exclusivas de Schumi, de 48 anos, mas as mesmas (que custariam uma fortuna) nunca chegariam a ser tornadas públicas, num processo que envolveu também uma investigação por alegada violação da privacidade.

Suspeitas do roubo do relatório médico de Schumacher recaem em empresa suíça

Em paralelo, estima-se que a família tenha gasto já um total de 28 milhões de euros em cuidados médicos com o antigo campeão da Fórmula 1, valor contabilizado a partir dos alegados 140 mil euros semanais na equipa de 15 pessoas liderada por Richard Frackowiak. Entretanto, soube-se que a família de Michael Schumacher (considerado pela revista Forbes o quinto desportista com mais rendimentos de sempre, apenas atrás de Michael Jordan, Tiger Woods, Arnold Palmer e Jack Nicklaus) vendeu alguns dos seus bens, como uma mansão que tinha perto de Oslo, na Noruega, um Rolls Royce e o avião particular.

O filho Mick, de 18 anos (que em agosto pilotou na Bélgica o primeiro carro com que o pai foi campeão, numa homenagem sentida a Schumi), não se cansa de agradecer todo o apoio e energia positiva passada pelos fãs, ao mesmo tempo que se vai destacando nos desportos motorizados (já admitiu publicamente que sonha poder sagrar-se campeão mundial da Fórmula 1), enquanto a filha Gina-Maria, de 20 anos, que tem brilhado como amazona, continua a publicar mensagens inspiradoras de homenagem ao pai sempre com a hashtag #keepfighting, uma marca criada pela família para que outros na mesma situação nunca desistam.

Sete vezes campeão mundial, Michael Schumacher continua a ser uma das figuras mais respeitadas de sempre na Fórmula 1 (e no desporto em geral, como se viu na manchete do L’Équipe esta semana) e, de pilotos a chefes de equipa, são poucas as semanas em que não é homenageado, como aconteceu recentemente com Lewis Hamilton, inglês que ganhou o quarto título em 2017. Ausente dos holofotes do desporto automóvel e da vida pública há quatro anos, ninguém o esquece. E as reações às fotografias e vídeos que vão sendo partilhadas na sua página oficial do Facebook também mostram isso mesmo.