A partir dos 40 anos são muitas as mulheres que se queixam do mesmo problema: aumento de peso e grande dificuldade em perdê-lo. E o mais normal é que agora, depois dos excessos da quadra festiva, a frustração aumente, já que o mais provável é que a balança revele uns quilos a mais.

Está, pois, na altura de pôr mãos à obra para recuperar o controlo sobre o seu corpo. Mas será que vai conseguir fazê-lo sozinha ou irá precisar de um programa personalizado? Para a ajudar a perceber recorremos à Teresa Branco, especialista em gestão do peso, com quem elaborámos o seguinte teste.

Para o realizar só tem de ler cada uma das 12 afirmações apresentadas em baixo. Se se identificar com as situações descritas, significa que necessita de ajuda especializada para voltar ao seu peso habitual.

Teste se precisa de ajuda para perder peso

  1. Não consigo voltar ao meu peso habitual por mais dietas que faça
  2. Privo-me de comer bolos, pão e fritos, mas mesmo assim o ponteiro da balança não se mexe
  3. Aumentei de peso por volta dos 40 anos e agora não consigo voltar ao que era
  4. Faço exercício físico regularmente mas o “pneuzinho” que tenho na barriga não sai
  5. Sinto-me frustrada, porque parece que não tenho controlo nenhum sobre o meu corpo
  6. Noto que comecei a armazenar gordura na região abdominal
  7. Aumentei o número de soutien e tenho os braços mais cheios e flácidos
  8. Faço a mesma dieta que me foi receitada por um especialista há uns anos e com a qual consegui perder o peso pretendido na altura, mas agora não está a dar resultado
  9. O stress está muito presente na minha vida e sofro de ansiedade
  10. Quando estou mais triste ou ansiosa tendo a comer coisas que sei que não são as melhores para mim e isso faz-me sentir ainda pior
  11. Os meus intestinos têm vindo a ficar cada vez mais preguiçosos e lentos
  12. Sinto-me sempre cansada e sem energia
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Responsável pelo Instituto Teresa Branco, a especialista é certificada em Gestão do Peso pela International Association for the Study of Obesity, sendo doutorada no âmbito da gestão do peso pela Universidade Técnica de Lisboa. Com um vasto percurso académico, passou pela Universidade de Harvard, onde realizou os cursos de Medicina do Estilo de Vida/Nutrição, Prescrição do Exercício, Gestão do Stress e Gestão do Peso. Já na Universidade de Cambridge fez o curso de Prevenção e Tratamento da Obesidade. Em Portugal tornou-se conhecida do grande público por ter participado no programa televisivo “Peso Pesado”, onde acompanhava os concorrentes como fisiologista. Teresa Branco tem oito livros publicados sobre o tema da gestão de peso, o último dos quais intitulado “Quando o Corpo Começa a Mudar”, especialmente dedicado às mulheres a partir dos 40 anos que enfrentam as mudanças corporais características desta idade.

O que fazer em cada caso concreto?

De acordo com Teresa Branco, se respondeu afirmativamente a pelo menos duas destas frases (no caso das que estão a vermelho, basta responderem a uma), significa que o seu metabolismo se modificou. Nesse caso, “necessita de realizar um diagnóstico relativo ao seu metabolismo e introduzir algumas modificações no estilo de vida que pratica, com vista a equilibrar o seu metabolismo e, assim, atingir os objetivos de perda de massa gorda, tonificação do corpo e ganhos de energia e bem-estar”.

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Para cada uma das 12 afirmações enunciadas, Teresa Branco explica o que pode estar a acontecer e indica as soluções a adotar:

1 – Não consigo voltar ao meu peso habitual por mais dietas que faça.
O seu metabolismo está lentificado. Necessita de fazer uma avaliação no sentido de o otimizar e conseguir perder peso. Tal passará pela elaboração de uma abordagem alimentar adequada ao novo metabolismo e pela prescrição de atividade física eficaz. Além disso, é importante verificar os défices e as alterações hormonais que possa estar a registar e em caso de necessidade, proceder à suplementação hormonal adequada para o seu caso.

2 – Privo-me de comer bolos, pão e fritos, mas mesmo assim o ponteiro da balança não se mexe.
É possível que privação de bolos, fritos e pão não chegue para si. São necessárias adaptações alimentares específicas para o seu metabolismo, pois existem alimentos considerados saudáveis para a generalidade das pessoas que o seu organismo não consegue metabolizar.

3 – Aumentei de peso por volta dos 40 anos e agora não consigo voltar ao que era.
Poderá estar a passar por uma pré-menopausa com alguns défices hormonais que devem ser repostos de forma a equilibrar novamente o seu metabolismo.

4 – Faço exercício físico regularmente mas o “pneuzinho” que tenho na barriga não sai.
É provável que o seu metabolismo se tenha alterado, estando a despender – quer em repouso quer em esforço – menos calorias. Isso promove uma acumulação de gordura corporal, nomeadamente na região abdominal, uma vez que é possível que também já existam alguns défices hormonais que conduzem a essa situação, nomeadamente um défice de progesterona. A sua reposição irá contribuir para que obtenha uma cintura mais estreita.

5 – Sinto-me frustrada, porque parece que não tenho controlo nenhum sobre o meu corpo.
E é verdade. Essa sensação deve-se ao facto de existirem algumas alterações fisiológicas (hormonais, vitamínicas e minerais) que não consegue identificar, que levam a que o seu organismo esteja a funcionar menos bem. Necessita de fazer uma avaliação ao seu organismo, de forma a serem colmatados esses défices e voltar a ter um metabolismo mais funcional.

6 – Noto que comecei a armazenar gordura na região abdominal.
O armazenamento de gordura abdominal na mulher pode denunciar uma alteração hormonal. Nomeadamente, poderá estar a metabolizar menos bem os hidratos de carbono, além de que poderá haver um défice de progesterona e uma dominância dos estrogénios, o que leva a uma maior predisposição para acumular gordura naquela região corporal.

7 – Aumentei o número de soutien e tenho os braços mais cheios e flácidos.
Estes sintomas revelam um défice de progesterona, estando o seu organismo dominado pelos estrogénios. Usualmente estas mulheres têm também uma forte tensão mamaria, irritabilidade e perda de energia. Será importante fazer uma avaliação desta situação de forma a corrigi-la. É também importante levar a cabo uma abordagem nutricional e de atividade física adequada.

8 – Faço a mesma dieta que me foi prescrita por um especialista há uns anos e com a qual consegui perder o peso pretendido na altura, mas agora não está a dar resultado.
Este cenário acontece porque o seu metabolismo se alterou. Neste momento estará a gastar diariamente menos calorias e a abordagem nutricional que estava adaptada ao seu organismo na altura, atualmente já não é a mais adequada. Nesta situação é necessário avaliar o seu metabolismo e as questões hormonais – corrigindo o necessário – para que a estratégia alimentar surta mais efeito.

9 – O stress está muito presente na minha vida e sofro de ansiedade.
Usualmente, os elevados níveis de stress e de ansiedade levam a alterações do metabolismo que podem conduzir, de forma indireta, ao aumento de peso. Por outro lado, estes níveis de ansiedade estão associados a um menor controlo sobre aquilo que ingerimos e sobre o nosso apetite, pelo que é necessário adquirir estratégias e ferramentas para melhor gerir o stress.

10 – Quando estou mais triste ou ansiosa tendo a comer coisas que sei que não são as melhores para mim e isso faz-me sentir ainda pior.
Está a comer de forma emocional quando está triste e ansiosa e não porque necessita de calorias. É importante perceber quais são os fatores que a levam a desenvolver esse padrão, de forma a conseguir controlar o impulso para comer. A ajuda de um especialista nessa área (psicólogo) seria muito importante.

11 – Os meus intestinos têm vindo a ficar cada vez mais preguiçosos e lentos.
O trânsito intestinal é um dos sintomas de um metabolismo lentificado. É necessário avaliar a sua função tiroideia, de forma a perceber se existem alterações que condicionem o trânsito intestinal. É também importante alterar o padrão alimentar com vista a regular o funcionamento dos intestinos. A ingestão de água é fundamental.

12 – Sinto-me sempre cansada e sem energia.
A falta de energia pode estar associada a défice de horas de sono, bem como a um mau funcionamento da tiroide. Pode também estar relacionada com o facto de não estarmos bem emocionalmente. É, pois, necessário fazer uma avaliação a todos estes fatores com o objetivo de reparar os níveis de energia.

Para mais informações, contacte o Instituto Teresa Branco através dos telefones: 211 337 138 ou 918 119 615.