A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) contratou conjunto de bancos para promover uma emissão de dívida a 10 anos, seguindo a estratégia habitual de lançar uma nova linha de obrigações no início de cada ano. A notícia é avançada pela agência Bloomberg, citando fontes próximas do processo que adiantam que o Barclays, o Citi, o Crédit Agricole, o Goldman Sachs, o JPMorgan e o Novo Banco são as entidades encarregues de avançar com a operação.

Tipicamente, a operação avança no dia seguinte ao anúncio da contratação do sindicato bancário, pelo que a emissão sindicada deverá avançar na quarta-feira, 10 de janeiro. Uma emissão sindicada distingue-se de um leilão regular porque existe um trabalho de casa prévio, feito por esses bancos de investimento, para avaliar a procura que existe por dívida pública portuguesa no prazo definido (10 anos).

Este é o método mais comum que é usado para emitir montantes mais elevados do que nos leilões regulares e, além disso, é desta forma que tipicamente se inauguram novas linhas de obrigações (ao passo que nos leilões o mais comum é utilizarem-se linhas já existentes, emitindo mais títulos associados a esses prazos).

A abertura de novas linhas também é crucial para Portugal porque abre espaço para que o Banco Central Europeu (BCE) possa comprar obrigações do Tesouro, já que as compras já feitas nas linhas existentes já deixaram o BCE à beira do limite auto-imposto de não comprar mais do que 33% do valor existente em cada linha. Ou seja, se por hipótese o IGCP emitir três mil milhões de euros, isso cria espaço para que o BCE venha a comprar, posteriormente, no mercado, até mil milhões de euros.

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