O Movimento Pelo Tejo (ProTEJO) lançou uma campanha de ‘crowdfunding’ que visa apoiar as custas judiciais do ambientalista Arlindo Marques, a quem uma empresa de celulose acusa de danos morais e reclama 250 mil euros de indemnização.

Na página da plataforma ‘Causas’, que acolhe a campanha desde terça-feira, o Movimento Pelo Tejo, com sede em Vila Nova da Barquinha, Santarém, mostra a sua “solidariedade com o Arlindo Consolado Marques no processo instaurado pela Celtejo – Empresa de Celulose do Tejo, SA, do Grupo ALTRI”, instalada em Vila Velha de Rodão, Castelo Branco, prevendo que o prazo do processo seja de dois anos e estabelecendo uma meta de 21.885 euros, a atingir dentro de um mês e quatro semanas.

Esta meta foi definida com um orçamento distribuído por comissões, custas processuais, advogados, pareceres e perícias de especialistas, deslocações, recursos judiciais e t-shirts exclusivas da campanha a oferecer aos apoiantes com donativos superiores a 50 euros.

Em causa, segundo se pode ler no processo que a Celtejo – Empresa Celulose do Tejo, SA, instalada em Vila Velha de Rodão, instaurou a Arlindo Marques, guarda prisional de profissão e conhecido no distrito de Santarém como o “guardião do Tejo”, estão “afirmações que têm por objetivo gerar na opinião pública a ideia de que a autora [do processo] é responsável, ou co-responsável, pela alegada poluição do rio Tejo”.

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O documento, entregue no Tribunal Judicial de Santarém e ao qual a agência Lusa teve acesso, tem a data de 12 de dezembro de 2017 e reclama do réu 250 mil euros acrescidos de juros de mora até integral pagamento para “compensar a autora pelos danos sofridos por causa da ofensa cometida”.

A campanha lançada pelo Movimento pelo Tejo estará em vigor até às 16:00 de dia 16 de março, sendo que o ProTEJO garante que “o valor que não seja utilizado no âmbito do processo será destinado à restauração fluvial do rio Tejo”.

O Movimento Pelo Tejo afirma ainda que “esta ação contra o Arlindo Consolado Marques é uma ação contra todos os cidadãos de Portugal e Espanha que defendem o rio Tejo e contra todos os defensores do ambiente, consistindo num ato de intimidação que tenta condicionar o direito constitucional que todos os cidadãos têm de expressar livremente a sua opinião e o dever constitucional que todos os cidadãos têm de defender o ambiente”.

Até às 18:30 desta quarta-feira, dia 17 de janeiro, em cerca de 24 horas, foram reunidos 1.033 euros com o contributo de 38 apoiantes, o que representa 4% do total a angariar.