O ex-presidente do Governo catalão, Carles Puigdemont, considera que tem condições para voltar ao cargo e dirigir a Catalunha a partir de Bruxelas. Em entrevista à Catalunya Ràdio, esta sexta-feira, o líder do Juntos Pela Catalunha sublinhou que, com a ajuda das “novas tecnologias”, é possível ser chefe de Governo à distância. “Na prisão é que não posso exercer de certeza”, acrescentou, dando a entender que não tenciona regressar à Catalunha para já, onde é alvo de investigação judicial.

“Entre ser presidiário ou ser presidente, prefiro ser presidente”, declarou, acrescentando que “pelo menos agora posso fazer coisas, não prisão não”. Recorde-se que o antigo vice-presidente catalão e líder do partido Esquerda Republicana, Oriol Junqueras, continua detido. Carles Puigdemont permanece na Bélgica, para onde partiu após a declaração suspensa da independência.

Questionado sobre como é possível manter um “governo efetivo” à distância, o líder independentista garantiu que tem estado em permanente contacto com os seus antigos ministros e explicou que, já no mandato anterior, “só via os ministros no dia do Conselho Executivo”. “Governaremos da mesma forma”, garantiu.

Na entrevista, Puigdemont deixou ainda antever que pretende ser investido à distância, dizendo que “não há nada no regulamento que proíba as formas de investidura que temos ensaiado”. O La Vanguardia explica que o Juntos Pela Catalunha está a estar diferentes hipóteses como a delegação do discurso a outro deputado ou o uso de teleconferência.

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O Governo espanhol, contudo, já avisou que irá recorrer para o Tribunal Constitucional se tal acontecer. Puigdemont defende-se dizendo que quem escolhe o presidente do governo catalão são os parlamentares catalães:”Se o parlamento eleito democraticamente me ratifica como presidente, o chefe de Estado não tem direito a subverter o mandato constitucional.”

Puigdemont defende ainda que, com a “restituição” do anterior governo catalão, o 155 deixará de ter feito — o que deverá implicar, na sua opinião, a libertação de Junqueras. “Como pode manter-se um vice-presidente eleito na prisão?”, questiona.

Esta segunda-feira, Puigdemont sairá de Bruxelas, mas não para regressar à Catalunha — irá participar num debate sobre a situação na região organizado pelo Universidade de Copenhaga, na Dinamarca.