A luta dos professores pode voltar à rua nos próximos meses. É essa a mensagem que a Federação Nacional de Professores (Fenprof) quer deixar clara ao Governo, na antevisão do encontro nacional de sindicatos da área da Educação, que esta sexta-feira se reúnem em Lisboa para discutir, entre outros, o reposicionamento das carreiras e a recuperação do tempo de serviço, congelado há anos. “A nossa opinião é a de que o Ministério da Educação está a usar uma estratégia que é adiar as negociações”, diz ao Diário de Notícias Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof.

É também para discutir a posição a adotar em função da “estratégia do Governo” que os professores se juntam esta sexta-feira na Faculdade de Farmácia. Há dois meses, sindicatos e Governo assinaram um armistício que suspendeu a contestação nas ruas. “Abertura para discutir, há, reuniões marcadas não faltam”, reconhece Nogueira. “Já soluções, medidas… não está nada fechado mas está sempre tudo a ser adiado”, refere o dirigente sindical, prometendo consequências caso o Governo não feche alguns dos dossiês pendentes. “Estar sempre a ser adiado não vamos permitir.”

Fevereiro é o deadline. As decisões sobre o que fazer perante o impasse só ficam fechadas depois do encontro desta tarde, mas Mário Nogueira assume à partida que, faltando a concretização de medidas, a única solução será “voltar às greves, voltar à rua, voltar à grande ação”.

PCP. Jerónimo de Sousa promete mais luta nas ruas

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Um discurso em linha com aquele que o PCP vem manifestando com maior clareza desde outubro do ano passado, mais em concreto desde que os comunistas perderam para o PS algumas câmaras importantes para o partido nas eleições autárquicas. Já então o secretário-geral do PCP transmitia a ideia do Comité Central de que “a luta é inevitável”, e esse argumento não perdeu força com o mudar de página do calendário. Na entrevista que deu ao Público e à Renascença, esta quinta-feira, Jerónimo de Sousa voltava a assinalar que a “luta” é “indispensável”.

Jerónimo sobre relação com Governo: “Há contradições que podem tornar-se insanáveis”