Foram hoje premiadas as primeiras patinadoras artísticas nos Jogos Olímpicos de Inverno, na Coreia do Sul. Embora tenham sido as atletas do Canadá a levar a medalha de ouro para casa, é de duas patinadoras russas que mais se tem falado. As atenções estão focadas em Evgenia Medvedeva e Alina Zagitova, russas que não podem competir pelo seu país. O comité russo está suspenso, depois do conflito com o comité olímpico, resultante do escândalo de doping que envolveu os desportista russos.
As duas atletas – bem como outros 167 atletas russos – podem participar nestes Jogos Olímpicos de inverno devido a uma benesse do Comité Olímpico Internacional. A organização que controla as olimpíadas permitiu que vários atletas da Rússia, que não acusaram doping, pudessem participar nos Jogos de PyeongChang sob a égide do Comité Olímpico. Ou seja, estão presentes nas provas, estiveram na cerimónia de abertura e até já ganharam medalhas: mas não podem usar as cores russas, a bandeira russa e todas as medalhas que conquistarem não vão ficar no palmarés russo. O objetivo do Comité Olímpico é não penalizar atletas inocentes pelos erros do comité russo.
Com apenas 15 anos, Alina Zagitova ganhou a prova livre desta equipa de atletas russas esta segunda-feira, conseguindo um total de 2.38 pontos. Ao início disse estar nervosa, adianta o site NBC Olympics. “Na equipa não somos apenas responsáveis por nós próprios, mas por toda a equipa, porque o resultado também global”, disse a atleta, citada pelo mesmo site.
Desde que passou para a equipa de juniores, no verão, Zagitova ganhou o Grand Prix Finals, além de outros títulos europeus e russos.
Mais velha, mas não muito, Evgenia Medvedeva é a outra atleta de que mais se fala na Coreia do Sul. Brilha nos ringues, é bicampeã mundial de Patinagem Artística, mas não pode competir nos Jogos Olímpicos de Inverno, na Coreia do Sul. No próximo sábado, pode vir a ganhar a primeira medalha de ouro.
Tecnicamente nenhuma das duas está a representar o país, porque a Rússia não está em competição, nem nenhuma usa o uniforme russo em competição. Mas isso não as impede de serem muito populares na Coreia do Sul. Os gostos pessoais propagados pelas redes sociais foram uma ajuda preciosa. Ligadas à cultura oriental, ambas partilham fotos de anime, uma série japonesa de animação.
https://instagram.com/p/BDzkK9Qoa52/?utm_source=ig_embed
E, com a inspiração do anime, foi como Sailor Moon, que a patinadora Medvedeva fez algumas das suas exibições noutros anos. Em 2017 assumiu a personagem durante a Tokyo World Trophy, uma competição internacional de patinagem.
[vídeo da prestação de Evgenia Medveva em Tóquio, em 2017]
https://www.youtube.com/watch?v=riHSCgHYUUc
Competindo sob a bandeira neutra, um outro atleta deu que falar. O patinador Semen Elistratov ganhou a primeira medalha da patinagem artísticas destes jogos.
“Dedico esta medalha a todos aqueles que foram excluídos destes jogos de inverno, de modo muito injusto”, disse o atleta ao jornal The NY Times. A patinagem é um desporto muito aclamado na Rússia, e nenhum país tem tantas medalhas olímpicas.
Para além da Rússia, também se fala de Mirai Nagasu. A patinadora mora nos EUA, mas os pais são japoneses. Conseguiu uma proeza que, até agora, só outras duas patinadoras tinham conseguido. Nagasu tem 24 anos e foi a terceira patinadora no mundo, e na história da patinagem, a conseguir dar três voltas no ar, o conhecido “triple axel”.
⛸ @mirai_nagasu ???? pic.twitter.com/mwqQEPmR5C
— The Players' Tribune (@PlayersTribune) February 12, 2018
Filha de emigrantes japoneses nos EUA, os pais de Nagasu têm um restaurante de sushi que estará fechado durante os jogos olímpicos, e esta não é a primeira vez que Nagasu compete: em 2010 esteve nos Jogos Olímpicos, no Canadá, mas em 2014 falhou a qualificação e voltou para casa.