O governo quer criar faixas limpas de limpas de árvores nas zonas mais sensíveis da floresta, incluindo em áreas privadas, para facilitar o combate e evitar a propagação dos incêndios. Os primeiros passos deste plano vão ser lançados esta quinta-feira pelo Ministério da Agricultura. A notícia está a ser avançada pelo jornal Público.
O objetivo é criar perto de 2.400 quilómetros de faixas que permitam interceder em caso de incêndio e evitar que os fogos, tal como aconteceu no ano passado, se propaguem tão facilmente. O secretário de estado da agricultura, Miguel Freitas, disse ao jornal Público que este é o “maior investimento de sempre para infraestruturar a floresta portuguesa contra os incêndios de verão”.
A rede a ser criada está já definida pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) mas, para Miguel Freitas, há que “olhar para o que foi feito”, porque há municípios que ainda não definiram as faixas de gestão de combustíveis a incluir nos planos de defesa contra incêndios.
As faixas deverão ter uma largura de pelo menos 125 metros, o que, segundo adianta o mesmo jornal, vai permitir criar compartimentos que devem ter entre 500 e 10 mil hectares. Mas o plano do Governo não vai tão longe. Na totalidade da rede a ser criada, apenas 500 quilómetros vão ter estradas com largura de seis metros e, lateralmente, pelos menos 10 metros de área limpa e mais 50 metros com árvores, mas sem materiais combustíveis como os matos.
Pôr em prática os objetivos do Ministério da Agricultura nas áreas privadas vai precisar de uma articulação com as autarquias, que depois vão tratar do contacto com os donos das áreas onde serão criadas estas faixas — a seguir, são precisos concursos para a sua execução.
Quanto a custos, aos 14 milhões de euros previstos para o plano de gestão e defesa da floresta sob a tutela do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, vão-se juntar mais seis milhões de euros, suportados pelo Fundo Florestal Permanente, que este ano tem uma dotação financeira de 55 milhões de euros.
No Plano de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PDFCI) de 2006 estava prevista a criação de uma Rede Primária de Faixas de Gestão de Combustível, com 11622 quilómetros. No entanto, foram construídas apenas 1123 quilómetros nos últimos 10 anos.