As condições na região de Rakhine, na Birmânia (Myanmar), não são “propícias” ao regresso da minoria muçulmana rohingya, disse hoje a Organização das Nações Unidas (ONU), contradizendo as afirmações das autoridades birmanesas.

“Atualmente, as condições não são propícias ao seu regresso voluntário, duradouro e com dignidade”, disse à agência de notícias francesa AFP a secretária-geral-adjunta da ONU encarregado dos Assuntos Humanitários, Ursula Mueller.

A diplomata alemã, que falava no final de uma visita de seis dias à Birmânia, durante a qual esteve na região de Rakhine, considerou que as autoridades birmanesas deveriam ter regras que respondessem aos “graves problemas relacionados com a liberdade de movimento, coesão social, meios de subsistência e acesso aos serviços” por prte dos rohingya.

As autoridades birmanesas dizem, pelo contrário, que “estão prontas” para o regresso dos rohingya.

“Estamos preparados e as habitações estão prontas. Os hospitais e as clínicas estão prontos”, disse esta semana Aung Tun Thet, comissária governamental birmanesa encarregada da reintegração dos refugiados rohingya no Estado de Rakhine.

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Cerca de 700.000 membros da minoria muçulmana rohingya, que viviam no oeste da Birmânia, um país de maioria budista, fugiram em massa no último ano para o Bangladesh ameaçados pelo exército birmanês.

As autoridades da Birmânia têm negado sempre a acusação de genocídio étnico dos rohingya e dizem que apenas reagiram a ataques de rebeldes muçulmanos.

A Birmânia, de maioria budista, não reconhece a cidadania aos rohingya, de religião muçulmana, o que implica restrições à liberdade de movimentos e no acesso ao mercado de trabalho.