“O melhor familiar médio que o dinheiro pode comprar.” É assim que o vice-presidente de Desenvolvimento de Produto da Ford Europa, Joe Bakaj, define a quarta geração do Focus, ontem apresentada num evento que pode ser acompanhado numa transmissão online, que disponibilizamos na íntegra no final deste artigo.

Mas, afinal, tem razão Joe Bakaj? A Ford está plenamente confiante que sim, por uma série de razões. Desde logo, porque a quarta geração vem com propostas para todos os gostos, materializando a gama mais completa de sempre: o novo Focus ora pode ser adquirido na forma de um hatchback de cinco portas, ora numa mais versátil station wagon, ora como uma berlina de quatro portas (em alguns mercados). Depois, visando alcançar os mais diferentes tipos de clientela, o familiar americano apresenta-se em quatro versões.

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A Vignale é a topo de gama, enquanto a ST-Line apela claramente aos amantes de um certo look mais desportivo, exibindo um difusor traseiro com um desenho mais agressivo, um spoiler de tejadilho de maiores dimensões; entradas de ar dianteiras adicionais e desenhadas para deixar ver os componentes no interior; entre outros elementos ao serviço da performance. Também por isso, o ST-Line é 10 mm mais baixo, usufruindo de molas, amortecedores e barras estabilizadoras exclusivas. Isto enquanto o crossover Focus Active procura responder melhor a incursões fora de estrada com uma aumento da distância ao solo de 30 mm, e articulações específicas nos eixos. As protecções em preto nas abas dos guarda-lamas e embaladeiras reforçam-lhe a personalidade aventureira, para o que contribui igualmente as protecções inferiores, atrás e à frente. Para quem não pode pagar um Vignale e, por outro lado, não se identifica nem com o desportivo ST, nem com o crossover Active, também há Focus à medida, seja na versão Trend ou na Titanium.

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Nova plataforma ao serviço

O Focus estreia a nova plataforma C2 que, de acordo com a Ford, vai permitir “melhorar o comportamento em colisão e oferecer mais espaço interior aos modelos do segmento médio da marca, sem causar impactos negativos nas dimensões exteriores, bem como melhorar significativamente a aerodinâmica com vista a reduzir os consumos”.

A distância entre eixos aumentou 5,3 cm, permitindo assim ganhar, face à anterior geração, 5 cm de espaço para as pernas para os ocupantes que seguem nos lugares traseiros, totalizando agora 8,1 cm, naquilo que a Ford diz ser “o melhor valor da classe”. Por outro lado, esses mesmos passageiros passam a usufruir de quase 6 de espaço acrescido ao nível dos ombros.

Mas a nova base também aporta outras vantagens, como mais 20% de rigidez torsional em relação à geração anterior e 50% em firmeza do sistema de suspensão, que agora passa a contar com amortecedores de dureza variável (DCC).

Além disso, o construtor diz acreditar que o novo Focus vai obter uma classificação de cinco estrelas nos testes de segurança, “graças a um aumento de 40% na sua capacidade de resistência em colisão frontal, fruto da adopção da nova plataforma”.

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Tudo em prol do consumo

Usufruindo de uma aerodinâmica mais apurada (Cx de 0,25 no 4 portas e 0,27 nas versões de 5 portas) e de uma perda de peso que pode chegar até aos 88 kg, tudo no novo Focus foi pensado para potenciar a economia de combustível. Até, diz a Ford, a arquitectura do sistema de travagem, de modo a reduzir o atrito e, assim, baixar consumos. O resultado, em todas as versões da gama, é uma redução de 10% a esse nível.

Ao dispor dos clientes estarão motorizações a gasolina e a gasóleo. As primeiras são todas de três cilindros e estreiam um sistema de desactivação de cilindros, sendo representadas pelo EcoBoost de 1,0 litros, disponível nas versões de 85, 100 e 125 cv, e pelo novo motor de 1,5 litros, que é proposto nas variantes de 150 e 182 cv. A diesel a oferta passa pelo novo EcoBlue de 1,5 litros, com 95 e 120 cv, ou pelo 2,0 litros com 150 cv.

Todos os propulsores contam de série com Start-Stop, podendo estar associados a uma caixa manual de seis velocidades ou, em alternativa, uma transmissão automática de oito relações, com os motores de 120, 125 e 150 cv. De notar que esta, à semelhança daquilo que já acontece há algum tempo nos modelos Jaguar e Land Rover, é operada através de comando rotativo, tal como o que foi recentemente introduzido no Ford Edge.

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Tecnologia a rodos

No que toca aos apoios ao condutor, não faltam sistemas para facilitar a condução e incrementar a segurança. O cruise control adaptativo foi reforçado com a função Stop & Go, reconhecimento de sinais de velocidade e centragem na faixa, para lidar sem esforço com o pára-arranca do trânsito. Depois, os faróis adaptativos usufruem agora de uma nova função preditiva de iluminação em curva, que recorrendo a uma câmara, é sensível à sinalização, pré-ajustando os padrões dos faróis e melhorando a visibilidade em curva.

Outro dos destaques vai para o head-up display (HUD) da Ford a ser disponibilizado na Europa. Mas as estreias não se ficam por aqui. Novo, no segmento, é igualmente o assistente de manobras evasivas, uma tecnologia que ajuda o condutor a contornar veículos mais lentos ou que estejam parados, contribuindo assim para evitar colisões.

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A assistência ao estacionamento também foi melhorada, sendo agora capaz de operar automaticamente a caixa de velocidades, a aceleração e a travagem, bastando para tal premir um botão para que a manobra se efectue de modo completamente autónomo.

O Focus recebe ainda o sistema FordPass Connect, que converte o veículo num hotspot Wi-Fi capaz de fornecer Internet para até 10 aparelhos, e carregador sem fio para smartphones. Já o sistema de comunicação e entretenimento Ford SYNC 3, compatível com Apple CarPlay e Android Auto, é apoiado por um ecrã táctil de 8”, que pode ser operado por gestos e deslizar. Mais, o SYNC 3 permite ainda aos condutores controlar funções como o áudio, a navegação ou climatização, utilizando apenas comandos vocais.

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