O fundo norte-americano que comprou (75% do) Novo Banco é o único interessado na filial espanhola da Caixa Geral de Depósitos — chamada Caixa Geral –, depois da desistência dos também espanhóis do Liberbank, que tinham feito uma oferta não-vinculativa mas desistiram, segundo noticia o “El Confidencial“, sem especificar fontes. O interesse da Lone Star no Caixa Geral, contudo, não é visto com bons olhos pelas autoridades financeiras de Espanha, que veem com apreensão que se trate de um fundo de capital de risco e, além disso, que tenha um banco noutro país (Portugal).
O interesse da Lone Star, que já apresentou uma oferta a um preço “para ganhar” (escreve o El Confidencial) seria fundir o Caixa Geral com a unidade espanhola do Novo Banco. O banco público quer vender a filial espanhola mas o jornal escreve que está em cima a mesa a hipótese de adiar a venda “sine die”, isto porque o valor oferecido pelo Lone Star não é elevado.
O principal risco para a operação, porém, diz o “El Confidencial”, é que “o Lone Star não é um santo da devoção do BCE”, já que o organismo não terá ficado satisfeito com a exigência de que os obrigacionistas assumissem perdas no Novo Banco depois de o Estado português injetar no banco 4.900 milhões.
Contactada pelo Observador, fonte oficial do Lone Star não fez comentários à notícia do El Confidencial.
Já o Liberbank terá desistido porque os acionistas não quiseram apresentar uma oferta que implicasse um aumento de capital, o que limitava a proposta a 150 milhões de euros. Assim, os responsáveis do banco decidiram não converter a oferta não-vinculativa numa oferta vinculativa.
Os interessados originais no Caixa Geral puderam apresentar até 19 de março ofertas não-vinculativas pela filial espanhola da CGD. De acordo com as fontes financeiras citadas pela Lusa no início de março, pelo menos o BCP, a Lone Star (dona do Novo Banco), o Abanca (que comprou o Deutsche Bank Portugal), o EVO Banco/Apollo, o Liberbank, a Kutxabank e a Unicaja estiveram interessados.