O chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, considerou esta quarta-feira legítima e merecedora de atenção e respeito a opinião dos que avaliam negativamente o seu desempenho, assinalando, no entanto, que estão em minoria.

“Para nós, é tão legítima a opinião do grupo dos 91% (que avalia como muito boa ou boa a nossa ação como Presidente da República) quanto a dos que integram o grupo dos 9% (que avalia negativamente o nosso desempenho)”, escreveu na sua página na rede social Facebook.

A publicação surge na sequência da divulgação pela agência Lusa, na segunda-feira, de uma entrevista com o ex-primeiro-ministro José Maria Neves (PAICV), na qual critica o chefe de Estado pelo que considera uma cada vez maior ingerência na governação do país.

“Há uma cada vez maior ingerência nos assuntos do Governo. Cada vez menos árbitro e cada vez mais parte do jogo a favor do Governo”, disse Neves. Sem qualquer referência às críticas de José Maria Neves, Jorge Carlos Fonseca sublinhou que tanto os apoiantes como os críticos merecem atenção e respeito.

“Ambos merecem a nossa atenção e o nosso respeito, desde que as manifestações estejam atravessadas por alguma dose de seriedade. Assim deve ser em democracia, felizmente o regime por que optámos por viver há 27 anos”, disse.

A coabitação entre José Maria Neves, enquanto primeiro-ministro, e Jorge Carlos Fonseca, como Presidente da República decorreu entre 2011 — início do primeiro mandato do chefe de Estado — e 2016, altura em que Neves deixou o Governo após 15 anos de maiorias absolutas.

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