O projeto de jornalismo independente É Apenas Fumaça ganhou uma bolsa de apoio no valor de 80 mil euros. Este fundo, que foi concedido pela Open Society Foundation, vai ser investido na formalização oficial do site como órgão de comunicação social, na contratação profissional de parte da equipa e na aposta em novos formatos.
Fundado em 2016, o É Apenas Fumaça procura escrutinar a democracia e dar voz a quem, por norma, menos se consegue fazer ouvir. O projeto conta com um dos podcasts mais ouvidos do país, que se foca em temas como direitos humanos, discriminação ou questões LGBT.
Este contrato assinado com a Open Society Foundation, que foi fundada pelo investidor e filantropo George Soros, foi tornado público e está disponível para consulta no próprio site, no qual se pode consultar também informações relativas à gestão do dinheiro recebido pelo projeto. Além disto, diz a cofundadora Maria Almeida, também os “nomes de todas as pessoas que até hoje contribuíram com o seu dinheiro” foram divulgados.
De acordo com Ricardo Ribeiro, outro dos cofundadores, o financiamento vai permitir “continuar a fazer jornalismo independente, progressista e dissidente”.
“Vamos criar uma redação, trabalhar a tempo inteiro, com condições laborais dignas e sem precariedade. O nosso trabalho jornalístico vai expandir-se para outros formatos, como reportagens, áudio documentários, artigos de opinião e um telejornal semanal. O site também vai ser totalmente renovado”, disse o cofundador do É Apenas Fumaça.
Até agora, o projeto, que não tem publicidade, apenas recebia donativos dos ouvintes, leitores ou espectadores, tendo-se candidatado ao fundo da Open Society Foundation por saberem que “não haveria qualquer interferência editorial”, explicou Pedro Santos, um dos jornalistas da equipa.
O valor agora recebido é tomado como um ponto de partida para “montar uma estrutura”, explica Maria Almeida. Contudo, a cofundadora do projeto sublinha que o foco mantém-se “na criação de um público” que “ajude regularmente” e permita sustentabilidade.