As reclamações dos utentes sobre serviços de saúde rondaram, em média, as 192 por dia durante o ano passado. A notícia é avançada pelo Público que cita o Relatório de Actividades e Gestão 2017 da Entidade Reguladora de Saúde (ERS), entregue este mês no Parlamento, e que analisa o primeiro semestre daquele ano. Destas, 70% eram dirigidas a serviços públicos.
Só em 2017, a ERS recebeu um total de 70 111 queixas relativas a prestadores de saúde, um número bastante superior ao do ano anterior, altura em que a entidade reguladora recebeu 59 224 reclamações. O que se manteve inalterado foram os principais motivos de reclamações: procedimentos administrativos (20,3%), tempos de espera (19,5%) e questões relacionadas com a focalização no utente (17,0%).
Em contrapartida a este aumento de queixas na ordem dos 18,4%, escreve o Público, os elogios aos serviços aos serviços de saúde caíram de 9438 para 8908. Já os pedidos de informação feitos pelos utentes à ERS cresceram de forma significativa — um total de 728, quando em 2015 e em 2016 não chegaram aos 300 em cada um dos anos.
Em relação a estes, a pergunta a que os utentes mais vezes buscaram resposta foi se têm ou não isenção de taxas moderadoras. Seguiram-se pedidos de informação sobre acesso a cuidados de saúde e ainda esclarecimentos sobre o direito a fazer uma reclamação e o estado da reclamação.
Por último, e segundo os dados constantes do relatório da ERS, parte significativa dos processos que deram entrada em 2017 não precisaram de intervenção adicional. Só em 3,8% dos casos é que foi dado algum tipo de seguimento, quer através de novos processos de avaliação quer através de inquéritos ou acções de fiscalização.