A primeira sessão do leilão da coleção de arte Rockefeller, que decorreu na terça-feira à noite, em Nova Iorque, rendeu um total de 541 milhões de euros, com vendas de obras de artistas como Picasso, Monet e Matisse.
De acordo com um comunicado divulgado pela leiloeira Christie’s, a sessão dedicada à arte do século XIX e XX foi histórica e excedeu o valor global que tem sido estimado para a venda da totalidade da coleção.
A obra de Picasso “Fillette à la corbeille fleurie” liderou as vendas, com 115 milhões de dólares (cerca de 96,7 milhões de euros), seguida de “Nymphéas en fleur”, de Monet, com um total 84,6 milhões de dólares (70,8 milhões de euros), e “Odalisque couchée aux magnolias”, de Matisse, por 80,7 milhões de dólares (67,8 milhões de euros).
Sete obras que foram a leilão estiveram acima dos 30 milhões de dólares (25,3 milhões de euros), e foram atingidos recordes para sete artistas, nomeadamente Monet, Matisse, Corot, Delacroix, Seguin, Morandi e Redon.
As peças foram disputadas por colecionadores provenientes da Europa, Ásia, América do Norte e do Sul, num total de 35 países representados. O leilão vai continuar até sexta-feira com peças de mobiliário europeu, cerâmica, artes decorativas, e arte das Américas.
Marc Porter, presidente da Christie’s no continente americano, comentou que a primeira noite do leilão “ultrapassou todas as expetativas”, congratulando-se com os valores que serão entregues a instituições de caridade. A coleção de arte Rockefeller partiu para o leilão avaliada globalmente em 600 milhões de dólares (cerca de 500 milhões de euros), e é composta por mais de quatro mil peças.
As peças viajaram pelo mundo para serem vistas antecipadamente em Paris, Pequim, Xangai e Los Angeles, e serão leiloadas em várias sessões, até sexta-feira.
Depois da morte do milionário David Rockefeller, a 20 de março do ano passado, com 101 anos, e da mulher, Peggy, previamente, em 1996, e depois de parte da coleção ter sido doada ao Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), as restantes obras vêm agora a leilão.
A coleção inclui outros objetos raros além da pintura: um serviço de mesa que Napoleão levou para o exílio na ilha de Elba, em 1814, e um queimador de incenso sírio do século XIII, com decoração cristã e árabe, que esteve na secretária de David Rockefeller até à sua morte. O casal apoiou muitos artistas e instituições ao longo da vida, designando-se sempre como uma espécie de guardiães das obras, em vez de seus proprietários, como diziam.