O presidente do PSD disse hoje que a atual solução governativa se esgotou e está a “esboroar-se” nos “interesses antagónicos” dos partidos que a apoiam e a nova forma de oposição social-democrata está a criar alaridos na esquerda.

“Cumpridos quase dois terços da atual legislatura, já ninguém tem dúvidas de que a solução governativa em que vivemos se esgotou e se está a esboroar nas suas próprias contradições ideológicas e [nos] interesses partidários antagónicos”, disse Rui Rio, na cerimónia comemorativa dos 44 anos do PSD, hoje, em Beja.

Para Rui Rio, “bastou um reposicionamento do PSD na forma de fazer oposição para vermos o alarido que vai nas fileiras dos partidos de esquerda mais radical, que apoiam a atual solução governativa”.

“Porque se agitam tanto a enviar recados ao PS e ao Governo?”, questionou, respondendo: “Apenas e só porque percebem que o PSD se está a credibilizar perante os portugueses, pondo cada vez mais em risco a sua parte das migalhas de poder que os socialistas lhe deixam cair da sua mesa”.

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Mas, continuou, “quem tem a principal batata quente nas mãos é o próprio Governo, que não ignora as contradições das suas políticas, justamente por estar preso aos compromissos e às exigências dos seus atuais parceiros parlamentares”.

O líder do PSD disse que, “apesar dos arrufos e das ameaças pré-eleitorais a que assistimos entre os partidos do arco parlamentar da governação, ninguém se esquece que eles são politicamente cúmplices em torno da coligação negativa que os une desde 2015”.

Cabe ao PSD “mostrar aos portugueses que esta política apenas se sustenta numa ilusão conjuntural alimentada pela adequada propaganda no sentido de criar a ideia de que tudo está a melhorar”, frisou, defendendo que, “tal como as demais ilusões, também esta tem vida curta”.

“Que o digam os portugueses que todos os dias enfrentam os estrangulamentos no Serviço Nacional de Saúde”, que, “por este caminho, poderá entrar em colapso, se não mudarmos rapidamente de rumo”, alertou.

Segundo Rui Rio, “não é mais possível deixar continuar a degradar-se o Estado em que se encontra” o setor da Saúde, que é “absolutamente vital para o bem-estar de todos os portugueses”.