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Tony Carreira lança livro de memórias: "É o fecho de um ciclo. Depois disto, será outra coisa"

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O cantor, que anunciou uma curta pausa, vai lançar um livro de memórias para celebrar os 30 anos de carreira. O fecho de um ciclo, "O Homem Que Fui" é também um ajuste de contas. Mas simpático.

Tony Carreira anunciou uma pequena pausa depois de celebrar 30 anos de carreira na Altice Arena, em Lisboa
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Tony Carreira anunciou uma pequena pausa depois de celebrar 30 anos de carreira na Altice Arena, em Lisboa

Tony Carreira anunciou uma pequena pausa depois de celebrar 30 anos de carreira na Altice Arena, em Lisboa

Tony Carreira, que celebra 30 anos de carreira em 2018, vai lançar a 18 de maio um livro de memórias. O Homem Que Sou, editado pela Contraponto, foi apresentado ao final da tarde desta segunda-feira aos jornalistas, num evento onde esteve presente o próprio cantor e também alguns amigos e familiares. Durante a sessão, Tony, que anunciou recentemente uma pausa na carreira, explicou que o livro é o “fechar de um ciclo”, mas que pretende ser, acima de tudo, um agradecimento a todos os que o ajudaram a tornar-se num fenómeno dentro e fora de Portugal. Com alguns ajustes de contas — simpáticos — pelo meio.

A apresentação estava marcada para as 18h30, no Salão Nobre da Pousada de Lisboa, no Terreiro do Paço. Mas, até às 19h, ainda não tinha surgido nada de Tony, o que levou Fernando Mendes a gritar, da fila de cadeiras destinadas aos convidados: “Ó Tony, isto era às seis e meia! Não tenho a tua vida!”. Sentado ao lado, o ex-guarda-redes Ricardo ria-se. A música de fundo era a versão do cantor de “My Way”. Foi, porém, ao som de “Um Amor Assim (je t’aime)” que o cantor entrou.

Feitas as fotografias da praxe e desvendada a capa do livro, até agora desconhecida, Rui Couceiro, editor da Contraponto, começou por dizer que acredita que O Homem Que Sou será “o grande sucesso do ano”. “Não o digo só porque é do Tony Carreira, mas porque, enquanto editor, sei o que está neste livro”, afirmou, antes de passar a palavra ao cantor. Tony, admitindo que nunca teve jeito para discursar e que nunca vai ter, admitiu que tem “muito orgulho” na obra que assina e que foi escrita com a ajuda de alguns amigos próximos. “Até no título, porque acho que o conteúdo corresponde ao homem que sou”, afirmou.

Tony, que celebra 30 anos de carreira, admitiu que nunca pensou que ia “chegar aos dez, quanto mais aos 30”. “Não me sinto assim tão velho”, disse. Contudo, sabe “o percurso” que viveu. Um percurso recheado e “uma vida muito vivida” — como o próprio admitiu –, que inclui 23 discos, cerca de dois mil concertos e muitos quilómetros de estrada. “O meu compositor, Ricardo Landum, a quem chamo ‘brother’, disse uma vez que Deus perdeu mais algum tempo comigo. Concordo. Deus deu-me tudo, o público deu-me tudo.” E foi sobretudo a pensar nos fãs que Tony escreveu as suas memórias. “Há 20 anos, isto não existia”, disse, referindo-se aos jornalistas presentes na sala, praticamente cheia. “Mas o público já me seguia. Podem não gostar das minhas músicas, podem não gostar de mim, mas ninguém pode dizer que não sou um bom profissional. Acho que foi reconhecido por todos, e isso devo-o ao público.”

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É por isso que, quando questionado sobre o porquê de ter lançado um livro, Tony diz que o seu objetivo era agradecer à vida. “Este livro é um agradecimento profundo. Quis agradecer a quem era importante. O Pedro Abrunhosa disse uma vez que há muitos apaixonados que ninguém quer ouvir cantar. Não sei o que tenho para ter feito com que comprassem os meus discos.” Por isso, e por tantas outras outras coisas, está “eternamente grato ao público”. “Até à morte.” Foi também por causa dos fãs que escolheu só fazer uma pausa na carreira em 2019 — queria celebrar com eles os 30 anos de carreira, com um grande concerto na Altice Arena, em Lisboa. Depois disso, não sabe o que se seguirá, até porque nunca faz projetos com mais de um ano de antecedência. “O depois é o depois”, mas de uma coisa tem certeza — este livro “é o fecho de um ciclo”. “Depois disso, será outra coisa.”

Um ajuste de contas, “mas de uma forma simpática”

Diz a informação disponibilizada à imprensa pela editora que, “em O Homem Que Sou, Tony Carreira partilha as recordações do menino que cresceu num casebre sem água canalizada nem eletricidade, do rapaz que emigrou para ganhar a vida como operário fabril e do homem que conseguiu tornar-se músico de sucesso, que mais vezes esgotou o Pavilhão Atlântico, cantou ao lado de grandes artistas internacionais, recebeu mais de 60 discos de ouro e platina e até foi agraciado pelo governo francês ou pelos World Music Awards”. Há capítulos dedicados à vida na aldeia da Pampilhosa da Serra, à viagem para França, às influências musicais e até uma homenagem a Zé Pedro, dos Xutos & Pontapés. Mas as páginas que saltam desde logo à vista são as que têm como título “A Acusação de Plágio”.

Questionado por um jornalista sobre se O Homem Que Sou também serviu para ajustar algumas contas, Tony admitiu que sim, que de facto o fez, “mas de uma forma simpática”. “Não sou de guardar rancor a nada e até o faço com uma pitada de humor”, afirmou, salientando que nunca houve uma pessoa de quem se quisesse vingar “verdadeiramente”. “Sou muito impulsivo, mas depois a coisa passa-me. Aqui estou a dar a minha versão dos factos, que é a verdadeira.”

Interrogado diretamente sobre o caso de plágio, que começou com uma queixa feita pela Companhia Nacional de Música, e sobre se tinha perdoado Nuno Rodrigues, fundador e administrador da editora, o cantor começou por perguntar porque é que ninguém tinha escrito a dizer que tinha ganho o processo, quando todos os meios de comunicação tinham feito questão de falar do início do mesmo. Na semana passada, a Companhia Nacional de Música decidiu não recorrer da decisão do tribunal, que afastou a editora do processo, abrindo a porta à concretização de um acordo que evita que o cantor e Ricardo Landum sigam para julgamento. Novamente interrogado, Tony Carreira lá acabou por dizer que sim, que já tinha perdoado Nuno Rodrigues. “Até já somos amigos!”

Filme sobre a vida de Tony Carreira pode estar para breve

Depois do livro, é natural que venha o filme. Uma hipótese que Tony Carreira não põe totalmente de parte. “Há dez anos que se fala nisso. O Nicolau Breyner foi o último que quis realizar o filme”, começou por contar. “Um dia, estávamos em minha casa a ver um filme de guerra, e perguntei-lhe se íamos ter um orçamento assim para fazer o filme.” O ator disse para o cantor parar o filme, apontou para os soldados que apareciam na televisão. “Temos budget para os capacetes”, disse-lhe Nicolau Breyner. “E a história do filme acabou naquele dia”, disse Tony, admitindo, porém, que, neste momento, está a ser feita “uma coisa que é um filme”. “Estou a trabalhar com uma pessoa maravilhosa e um filme pode vir a acontecer”.

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